A morte da vendedora de tacacá Patrícia Dias de Azevedo, 46 anos, ainda chocava a vizinhança da rua do Utinga, bairro do Curió, na manhã de ontem (19). Ela foi assassinada a tiros na noite do sábado (17), enquanto trabalhava. Entre os conhecidos, a opinião foi unânime: ela era uma mulher exemplar, honesta e o que aconteceu continua um mistério.

Patrícia morava na rua do Utinga e vendia tacacá por ali há muitos anos. Segundo testemunhas, quatro bandidos chegaram em duas motocicletas, como se fossem clientes, e a executaram sem piedade, com quatro tiros, e em seguida fugiram em direção à avenida Almirante Barroso. 

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, a investigação foi iniciada pela Divisão de Homicídios, mas será encaminhada para a Delegacia do Marco para continuidade. 

Até o momento, a autoria e motivação do homicídio ainda não estão definidos. 

Segundo quem mora no bairro, a violência está pior a cada dia. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

VIOLÊNCIA FREQUENTE

Ninguém imaginava que a vida de Patrícia terminaria dessa forma. Uma vizinha, que não quis se identificar, disse que a vendedora de tacacá era muito querida e nunca teve envolvimento com o crime. “Você pode perguntar para todo mundo que conhecia ela e a resposta será a mesma: ela nunca fez mal a ninguém nem arranjou confusão”, apontou. A vizinha avalia o ocorrido como uma grande tragédia e se sente sem esperanças de haver justiça. “Pior é a gente saber que nunca dá em nada. Aqui no bairro estão matando direto, mas nunca dá em nada. A verdade é que não temos segurança por aqui”, afirmou.

Um comerciante do local disse que todos os estabelecimentos do perímetro já foram assaltados pelo menos uma vez, tamanho é o grau de criminalidade na área. “Já fomos assaltados três vezes, roubaram inclusive os clientes. Assalto se tornou frequente e assassinatos têm tido bastante no bairro”, observou.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)

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