Moradores e comerciantes do bairro do Condor, em Belém, vivem em constante sensação de insegurança. O crime mais recente aconteceu na tarde de quinta-feira (15), quando um rapaz foi morto com 16 tiros, na travessa Tupinambás, entre as ruas Lauro Malcher e Gaiapos. Na ocisão, outro rapaz também havia sido ferido.

“A coisa tá feia por aqui. Eu fico angustiada, parece o fim do mundo”, lamenta a dona de casa Maria do Socorro Rodrigues, 52, moradora do bairro. Ela diz que esse tipo de crime é comum pelas redondezas, citando o dono de um depósito da mesma travessa que foi assassinado em frente ao seu estabelecimento no ano passado. 

“Eu ando com medo, mas não tenho como ficar presa em casa”, critica. Ela conta ainda que já presenciou vários assaltos a ônibus, embora tenha conseguido escapar. “Já estive num ônibus em que cinco bandidos subiram de uma vez e até bateram no motorista”, relata.

Outra moradora, que se identificou apenas como Nazaré, por medo de ser reconhecida, denúncia a violência do bairro em que vive. “É assim sempre. A gente o tempo todo com medo, minha casa parece uma cadeia, tudo gradeado”, conta. Ela explica que suas filhas já foram assaltadas várias vezes e que as notícias de homicídio na área já são rotineiras. 

“Não tem segurança nenhuma, nem policiamento. Esse colégio aí, por exemplo, tá abandonado há anos e vive cheio de usuários de drogas”, reclama ela, se referindo às obras abandonadas da Escola Estadual Dona Alzira Teixeira de Souza, que está parada desde 2015.

Um comerciante que trabalha próximo ao local onde o crime aconteceu afirmou ter ouvido os tiros, mas não teria visto nada, pois não quis sair de casa. “Moro aqui há 15 anos. Nessa rua eu ainda não tinha visto, mas esse tipo de crime já é normal no bairro”, explica. Ele já foi assaltado na frente do seu comércio e diz que anda apreensivo na rua. “A gente não pode ver um carro se aproximando que já fica sobressaltado”, diz. Por questões de segurança, o morador pediu para não ser identificado.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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