A contagem de agentes de segurança assassinados continua em progressão, esse ano. Na noite desta quinta-feira (22), o cabo PM José da Silva Frade, lotado no Batalhão de Choque, foi assassinado após luta corporal durante um assalto dentro de um coletivo que fazia a linha Murinim/Castanheira. Em apenas 80 dias do ano, ele é o 14° PM morto no Pará.

Segundo o cobrador do ônibus, que pediu para não ser identificado, o veículo seguia no sentido de saída de Belém, quando três homens subiram no KM 4 da BR-316, em frente a uma faculdade particular. “Quando passou do viaduto, eles anunciaram o assalto. Um rendeu o motorista e mandou ele entrar nessa rua escura e os outros dois abordavam os passageiros”, disse o cobrador.

Ainda segundo o trabalhador, durante a revista aos passageiros os suspeitos reconheceram José da Silva Frade como policial e começaram a agredi-lo. “Ele reagiu e começou a brigar com eles. Nessa briga, os assaltantes davam choques nele com uma arma”, completou o cobrador.

Segundo os peritos criminais do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, o policial foi arremessado do ônibus em movimento. “Ao cair no chão ele bateu com a cabeça, o que ocasionou uma contusão forte e, consequentemente, a morte do policial”, detalhou Robson Nunes, perito criminal.

Os três bandidos conseguiram fugir sem serem identificados. A Divisão de Homicídios (DH) vai solicitar imagens de câmeras de segurança instaladas dentro do coletivo, para identificar os assassinos.

Revolta

Amigos de farda do cabo PM José da Silva Frade estiveram no local e expressaram revolta com a morte do policial. “O policial estava indo pra sua casa, após sair do hospital onde visitava um parente doente. Estava há 10 anos na polícia e perde a vida dessa maneira”, disse João Afonso, policial e amigo da vítima.

A 14ª morte do policial é a confirmação mais contundente da ineficiência do Governo do Estado em combater a insegurança. “Depois o comandante geral da PM vem gravar vídeo e dizer que a situação dos PM’s não é grave. Esse é um governo pilantra, em que o governador tem mais é que renunciar ao cargo”, concluiu o soldado Tércio, deputado estadual.

(Alexandre Nascimento/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS