No período entre 1 de janeiro de 2015 a 19 de dezembro de 2018, foram registradas 246 ocorrências de assaltos e tentativas de assaltos a agências bancárias e caixas eletrônicos no Estado. Em média, a cada 5 dias , um banco é alvo de assaltantes no território paraense. Um saldo assustador que revela a carência de políticas de Segurança Pública. Os prejuízos não se restringem somente às instituições saqueadas, mas a toda uma parcela da população que vê agências serem fechadas – algumas até extintas - por conta da insegurança e, por causa disso, acaba enfrentando inúmeros transtornos e contratempos na hora em que se precisa fazer uma transação bancária.

Analisando os números fechados entre 2015 a 2017, as ocorrências relacionadas a assaltos a bancos cresceram 19,71%. Segundo o Sindicato dos Bancários do Estado do Pará, no ano de 2015 foram registradas 57 ocorrências de assaltos e tentativas de assaltos a agências e caixas eletrônicos. No ano passado (2017),o total de registros foi 71 casos - sendo que 40 deles foram consumados. Até então, 2017 é apontado como o ano mais violento para as instituições financeiras no Pará, nesses últimos quatro anos. As 71 ocorrências foram registradas em 46 cidades, ou seja, 31,94% dos municípios paraenses apresentaram um ou mais casos de assaltos e tentativas de assaltos a bancos, no ano passado. Em 2015, 39 cidades paraenses registraram casos de roubo a banco.

Os números de 2018 já estão bem próximos do total registrado no ano anterior. De 1 de janeiro deste ano até o último dia 19, 68 ocorrências relacionadas a assaltos a bancos foram registrados em 40 cidades paraenses. Se analisado apenas o total de casos consumados, percebe-se que os números deste ano é maior que o de 2017, já que somente 2018 45 casos de roubo a bancos foram consumados.

(Foto: Reprodução)

Em números

Assaltos e tentativas de assaltos a agências bancárias e caixas eletrônicos no Pará (Fonte: Sindicato dos Bancários) 2015 l Assaltos Consumados: 38l Tentativas de assaltos: 19l Modalidades:l Arrombamento: 20l Sapatinho: 15l Vapor ou Novo Cangaço: 10l Explosão: 5l Assalto: 7Cidades com maior incidência:l Belém – 8 ocorrênciasl Ananindeua – 3 ocorrênciasl São Geraldo do Araguaia 22016 l Assaltos consumados: 37l Tentativas de assalto: 13Modalidades:l Arrombamento: 21l Sapatinho: 10l Vapor ou Novo Cangaço: 7l Explosão: 6l Assalto: 6Cidades com maior incidência:l Belém 8l Ananindeua 6l Marituba 32017 l Assaltos consumados: 40l Tentativas de assaltos: 31Modalidades:l Arrombamento: 34l Sapatinho: 8l Vapor ou Novo Cangaço: 5l Explosão: 20l Assalto: 4Cidades com maior incidência:l Ananindeua 7l Marituba 5l Belém 52018 l Assaltos consumados: 45l Tentativas de assaltos: 23l Total de ocorrências: 68Dados atualizados até 19/12/2018Modalidades:l Arrombamento: 32l Sapatinho: 5l Explosão: 17l Assalto: 7Cidades com maior incidência:l Belém 10l Ananindeua 5l Canaã dos Carajás 4


Cidades do interior são mais vulneráveis

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos, as estatísticas chamam a atenção para um ponto crucial: A vulnerabilidade que cercam as agências bancárias no interior do Estado. Isto porque o maior número de casos de assaltos a instituições financeiras é registrado no interior do Pará, principalmente nas cidades das regiões Sul e Sudeste, onde a facilidade de fuga para os criminosos é maior. “Há poucos policiais nas cidades do interior e a Segurança Pública está fragilizada em todo território paraense”, acrescenta Gilmar.
Também são nas agências e caixas eletrônicos desses municípios que acontecem os casos de assaltos mais assustadores – os delitos praticados na modalidade “vapor ou novo cangaço”, ou naqueles em que os assaltantes utilizam explosivos.

No último dia 6 de novembro um caso deste aconteceu em Viseu, nordeste paraense, quando um grupo de homens armados invadiu a agência do Banpará e anunciou o assalto. Na fuga eles usaram funcionários e clientes como reféns (escudo humano) e espalharam um verdadeiro terror na cidade. Houve troca de tiros entre policiais e assaltantes e os reféns foram liberados em estradas e ramais. Parte do grupo já foi preso pela polícia. “Geralmente estes criminosos utilizam armamentos pesados – que nem a polícia tem”, frisa o presidente do sindicato. “Também chama a atenção o uso de explosivos porque a venda desse material é de competência do exército fiscalizar”, atentou Gilmar Santos.

(Foto: Reprodução)

SEGUP

Em julho deste ano, o Coletivo Nacional de Segurança Bancária chegou a criticar a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) por ter extinguido um grupo de trabalho que tratava exclusivamente da segurança bancária. A decisão preocupou os representantes de bancos que não conseguiam dialogar sobre o problema de assaltos a agências bancárias e caixas eletrônicos com a secretaria. Na época, o coletivo informou que não havia previsão de reunião entre Segup e entidades que representassem as instituições financeiras. Sobre a questão dos assaltos e tentativas de assaltos a bancos informados na reportagem, a Segup informou que investimentos são feitos para a realização de ações de Repressão e Prevenção de Roubo a Bancos utilizados para o deslocamento e logística.

(Denilson D’Almeida/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS