Um suspeito de ter participado do assassinato do repórter cinematográfico Francisco Haroldo Lameira do Carmo, em novembro do ano passado, Gabriel Freitas Ramos, de 19 anos, se apresentou à Polícia Civil, ontem, acompanhado de um advogado. Ele está com um mandado de prisão preventiva decretado e era procurado pela equipe da Divisão de Homicídios há alguns dias.
Gabriel estava em Igarapé-Miri, nordeste paraense, há mais de um mês e alegou que se mudou para a cidade depois de sofrer ameaças de morte. De acordo com as investigações, ele seria o autor dos disparos que mataram a vítima e o irmão dele – Moisés Freitas Ramos – era quem pilotava a motocicleta usada na ação criminosa. Moisés foi preso na última quarta-feira (27).
A prisão de Gabriel pode dar um novo rumo para as investigações, que já estão na reta final para a elucidação do caso. Em entrevista, antes de prestar depoimento, o suspeito afirmou categoricamente que não participou do homicídio e que tinha provas testemunhais de que na noite e hora do crime ele estava em outro local.
“Quero que provem que fui, já que estão dizendo isso”, exigiu o preso. Questionado se conhecia Lameira, Gabriel disse que sim. “Ele tinha um ponto de venda de açaí no bairro. Também o vi algumas vezes andando num carro prata”, comentou Gabriel.
Perguntado sobre o irmão dele, que também é suspeito de envolvimento, Gabriel disse que Moisés nem estava em Belém no dia do crime. “Ele estava em Igarapé-Miri”, frisou.
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Em relação as ameaças que alegou sofrer desde a morte do cinegrafista – que também era assessor parlamentar do vereador Sargento Silvano Oliveira – o suspeito disse que pensou em registrar uma ocorrência policial, mas a mãe, com medo, pediu que ele não fizesse. “Na noite do crime estava jantando num churrasco e tinha acabado de passar na casa da minha irmã”, respondeu ao ser questionado sobre onde estaria na noite e hora do crime.
O delegado Delcio Santos, titular da Divisão de Homicídios, ressaltou que as investigações sobre o caso continuam e as diligências estão sendo presididas pelo delegado Tayman Monteiro. “Vamos verificar se há outros envolvidos e se a versão que ele está apresentando é verdadeira”, pontuou Delcio. “Ele estava sendo procurado, mas se apresentou de forma espontânea”, frisou.
Em relação a Moisés, irmão de Gabriel, que segundo as diligências seria o condutor da moto usada na noite do crime, o titular da Divisão de Homicídios lembrou que ele já responde a processo por crime de latrocínio. “Nessa época ele tirou outro registro com nome de Emerson Freitas Gomes”, ressaltou o delegado ao enfatizar que o suspeito se apresentava com dois nomes.
Moisés foi preso na última quarta-feira (27), durante uma operação policial em Igarapé-Miri. Ele foi transferido ontem para um presídio na Região Metropolitana de Belém.
Haroldo Lameira era cinegrafista e assessor do vereador Sargento Silvano (Foto: Divulgação)
O CRIME
Haroldo Lameira foi morto na porta da casa onde morava, na Rua John Engelhard, área limite entre os bairros da Pratinha II e Tapanã. Ele foi alvejado a tiros por dois homens que se aproximaram de motocicleta. O crime aconteceu em 18 de novembro de 2018.
Lameira atuou como repórter cinematográfico da RBATV (programa Rota Cidadã) e atualmente trabalhava como assessor parlamentar do vereador sargento Silvano Oliveira.
(Denilson D'Almeida/Diário do Pará)
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