O discurso sem noção do presidente do Brasil diante da pandemia continua. Todos os líderes mundiais reconhecem que, mesmo sendo um remédio amargo, o isolamento é a única solução para combater o covid-19, mas, na contramão, Bolsonaro acha o contrário.

Após o Brasil registrar a pior marca diária desde o início da pandemia, com 4.211 mortes em 24 horas, Bolsonaro veio a público não para lamentar as mortes, mas para criticar governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social. Ele afirmou que "falta humanidade" aos mandatários.

A declaração foi feita nesta quarta-feira (7) em Foz do Iguaçu (PR), onde Bolsonaro compareceu à cerimônia de inauguração no aeroporto da cidade. O evento contou com a presença do governador paranaense Ratinho Junior (PSD).

“Quero apelar a todos os governadores e prefeitos do Brasil: todo homem que trabalha, toda atividade que ele exerce para levar o pão para casa é uma atividade essencial. Essa política de "fique em casa", de tirar emprego dos outros, de fechar o comércio, está empobrecendo o nosso país. Sabemos do problema do vírus, mas sabemos também do problema do desemprego”, afirmou Bolsonaro.

O presidente disse lamentar as mortes pelo coronavírus, mas que "temos uma realidade pela frente".

“Realmente está faltando um pouco de humanidade por parte de muitos governadores e prefeitos do Brasil nessa questão da pandemia. Lamentamos a morte. Muito. Queríamos que ninguém morresse, mas temos uma realidade pela frente. O desemprego é o efeito colateral mais danoso que o próprio vírus”, declarou.

O Brasil teve na terça-feira, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 4.000 mortes por Covid-19 num período de 24 horas. A marca foi atingida somente três semanas após o país bater também o então recorde dos 3.000 óbitos diários, o que também ocorreu somente 13 dias do registro inédito de 2.000 mortes. No total, são 337.364 vidas brasileiras perdidas para a doença.

A declaração foi feita nesta quarta-feira (7) em Foz do Iguaçu (PR) Foto: Reprodução

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