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ALÔ CPI

Jair Renan visita loja de armas e provoca CPI da Covid

A provocação rendeu ao 04 um pedido para que ele vá pessoalmente à comissão

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Imagem ilustrativa da notícia Jair
Renan visita loja de armas e provoca CPI da Covid camera Trecho do vídeo publicado pelo filho do presidente Bolsonaro | Reprodução

Jair Renan, filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), registrou no Instagram a visita que fez hoje a uma loja de armas.

Em uma série de vídeos que ainda estão no ar, o 04, como é chamado pelo pai, fez uma provocação à CPI da Covid. Nos stories, Jair Renan gravou um mostruário de pistolas e chamou os itens de "brinquedo". Rindo e filmando os trabalhadores da loja, o filho de Bolsonaro falou: "Alô, CPI".

A provocação rendeu a Jair Renan uma tentativa de convocação à comissão, movida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

No Twitter, ele justificou que o pedido é para o 04 poder "dar pessoalmente um alô para a CPI e preste esclarecimentos sobre seus vínculos com o lobista Marconny Faria e supostas ameaças a parlamentares".

Apresentei requerimento para convocar o senhor Jair Renan, para que ele possa dar pessoalmente um alô para a CPI e preste esclarecimentos sobre seus vínculos com o lobista Marconny Faria e supostas ameaças a parlamentares.

Além disso, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que irá "levantar uma questão de ordem na CPI contra as provocações nas redes sociais do Jair Renan". Para ele, a atitude de Jair Renan é "molecagem" e "incitação à violência".

Semana passada, a comissão parlamentar ouviu o depoimento do suposto lobista Marconny Albernaz de Faria, que confirmou os laços entre ele e Jair Renan.

Segundo relato de Marconny, ele conheceu o filho do presidente por amigos em comum, o ajudou a "criar uma empresa de influencer" e o apresentou a um colega tributarista que poderia guiá-lo.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou mensagens trocadas entre Marconny e Jair Renan em que o lobista oferece auxílio para a abertura da empresa do filho do presidente da República.

As informações constam de conversas no WhatsApp obtidas pela Folha de S.Paulo, após quebra judicial de sigilo do lobista a pedido do Ministério Público Federal no Pará, e de análise de documentos da Receita Federal. Os dados foram compartilhados com a CPI.

Marconny é apontado pelos membros da CPI como um lobista que atua para a Precisa Medicamentos, empresa que se tornou alvo por conta da negociação suspeita para a venda da vacina indiana Covaxin. O contrato de R$ 1,6 bilhão com o Ministério da Saúde acabou cancelado.

Com isso, a CPI da Covid decidiu chamar a mãe de Jair Renan e uma das ex-esposas do presidente, Ana Cristina Valle. A advogada é investigada no caso das rachadinhas nos gabinetes de outros filhos de Bolsonaro.

Em agosto, Ana Cristina teve os sigilos fiscal e bancário quebrados, junto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), para a melhor análise das acusações de devolução de salários e contratação de funcionários fantasmas.

O depoimento dela, no entanto, não foi agendado até agora. No começo do mês, o TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) determinou que a Secretaria de Esporte e Lazer do DF preste informações sobre as reuniões mantidas pela pasta com Jair Renan.

A empresa dele, Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, é investigada pela Polícia Federal.

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