A fala de Bolsonaro relacionando a vacina contra covid-19 à Aids, em outubro deste ano, poderá ter consequências legais para o presidente.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3) a instauração de inquérito para investigar o presidente da República por crimes contra a pandemia apontados pela CPI da Covid-19.

Redes derrubam live em que Bolsonaro associa Aids a vacina

No documento, Moraes estabelece que o presidente seja investigado por relacionar a vacina contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). A fala aconteceu durante sua live transmitida em suas redes sociais.

A decisão ocorre após o presidente da CPI da Pandemia no Senado Federal, senador Omar Aziz (PSD-AM), pedir a instauração de inquérito policial para apurar os supostos crimes apontados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito.

No documento, há o pedido de investigação contra o presidente por “declarações que minimizaram a pandemia, que promoveram tratamentos sem comprovação científica e que repudiaram vacinas, validando, na mais alta esfera política e midiática, a desinformação circulada nos perfis oficiais de instituições federais”.

Bolsonaro também será investigado por utilizar uma live em suas redes sociais, em 21 de outubro, para associar a vacina contra Covid à aids. A declaração de Bolsonaro gerou críticas de políticos e de entidades médicas e científicas. O Facebook e o Instagram derrubaram o vídeo do presidente.

“Outra coisa grave aqui: só vou dar notícia, não vou comentar: ‘Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto’. Recomendo que leiam a matéria. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que teve a coragem de colocar a cara a tapa nessa questão”, disse Bolsonaro, ao ler uma suposta notícia, na transmissão ao vivo.

Na decisão, Alexandre de Moraes também determinou que abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação quanto ao requerimento de suspensão imediata de acesso do presidente da República às redes sociais, no prazo de 15 dias.

Bolsonaro teve live em que associa Aids à vacina derrubada pelo Facebook e Youtube por fake news Foto: Reprodução Youtube

MAIS ACESSADAS