Peças ironizando o grupo supremacista branco Ku Klux Klan (KKK) começou a ser usado e divulgado em peças bolsonaristas não apenas nas redes sociais, como foram instalados em outdoors em cidades no sul do Brasil.
Com a frase “Sou da cuscuz clã”, fazendo o referido trocadilho, o texto é acompanhado ainda por elementos como o capuz branco usado pelo grupo.
O termo começou a ser usado depois que o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o palanque do atual presidente e também candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), se assemelhava a uma reunião da própria KKK.
Eu não consigo, pra mim não dá. Não consigo ficar perto de quem apoia Bolsonaro.
— Levi Kaique Ferreira (@LeviKaique) September 16, 2022
Ele brinca com simbologias que pregam a minha MORTE Descaradamente. Pra mim não dá pic.twitter.com/MZ8k823hkR
Levi, moro em Santa Catarina e esse é o outdoor que foi visto hoje em Blumenau. É impossível acreditar que meteram a roupa da KuKluxKlan numa espiga de milho pra fechar com essa narrativa supremacista do governo Bolsonaro. pic.twitter.com/UPMxeVbKwl
— Carolline Sardá #50100 (@carollinesarda) September 16, 2022
Frase usada em divulgação
Desde então, reuniões, caminhadas e até carreatas de apoiadores do presidente têm sido divulgadas fazendo referência ao grupo supremacista branco. Uma campanha do deputado General Girão (PL), por exemplo, fez uso do termo para promover o evento com o presidente e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em Natal (RN).
Já em Blumenau (SC), um grupo de bolsonaristas escreveu em um outdoor uma mensagem de apoio a Bolsonaro.
Deboche da dor alheia é uma das táticas mais abjetas do fascismo.
— Judeus pela Democracia - Oficial (@jpdoficial1) September 16, 2022
O bolsonarismo debocha, tripudia do sofrimento do oprimido. Debocha da violência contra a mulher, da covid, do massacre contra populações minoritárias do presente e do passado.
São pequenos, nojentos, desumanos. pic.twitter.com/jadebRpaKH
As propagandas têm sido alvo de críticas. A Associação Judeus pela Democracia se manifestou sobre o assunto: “Deboche da dor alheia é uma das táticas mais abjetas do fascismo. O bolsonarismo debocha, tripudia do sofrimento do oprimido. Debocha da violência contra a mulher, da covid, do massacre contra populações minoritárias do presente e do passado”, diz.
Resposta
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Girão afirmou que o trocadilho “não passa de uma brincadeira com as besteiras ditas pelo ex-presidente Lula”. Questionados se o tema não era grave para uma “brincadeira”, limitou-se a dizer que “o pessoal da criação não viu assim”.
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