Em Belém, Bolsonaro garante que ganha eleição no 1º turno

Um evento relâmpago, marcado por discursos rápidos e recheados de messianismo, populismo e de muita "fé no que virá". Assim foi o ato político promovido pela campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro no meio da manhã desta quinta-feira, 22, na avenida Doca de Sousa Franco, a mais elitizada da cidade. Apesar de estar sempre atrás em todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas desde o ano passado, Bolsonaro afirmou na capital paraense que ganhará a eleição ainda no primeiro turno, numa tentativa clara de manter a mobilização de seus apoiadores.

Apoio que, ao que tudo indica, vem minguando. A projeção dos organizadores do evento de ontem era que 100 mil pessoas comparecessem à grande estrutura montada na avenida, mas segundo projeções colhidas pela reportagem junto a representantes da Polícia Militar entre 5 a 7 mil apoiadores do presidente compareceram ao ato, ou seja, menos de 10% do previsto inicialmente.

A motociata trazendo o presidente chegou ao palanque por volta das 10h20 da manhã. Ao apear da moto, o presidente passou um longo tempo cumprimentando apoiadores e correligionários que aguardavam desde antes das 8h, debaixo de um sol escaldante atrás das grades que separavam o público do palco.

Antes do presidente falar, alguns candidatos que compõem a sua base de apoio se revezaram por poucos minutos no microfone para mandar sua mensagem, incluindo os candidatos ao governo, Zequinha Marinho; e ao senado, Mário Couto, ambos do PL.

No seu discurso, Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil "é exemplo para o mundo na economia, mesmo com a pandemia", afirmando que nunca fechou um comércio durante o período de isolamento social e que fez "a sua parte" no combate à doença, contabilizando R$ 700 bi em gastos no combate à Covid apenas em 2020, sem citar ou se solidarizar com os familiares e amigos dos quase 700 mil mortos pela doença até hoje. "Viramos essa página e estamos no caminho certo. Quem esperava pagar menos de R$ 5,00 no litro da gasolina no Brasil hoje?", emendou.

Apesar de todas as críticas nacionais e mundiais recebidas por ocasião dos atos políticos que fez recentemente no funeral da Rainha Elizabeth na Inglaterra e no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York, Bolsonaro lembrou que pelo terceiro mês o Brasil registra inflação negativa e que nosso país "é uma grande potência admirada no mundo todo".

Lembrou ainda que o Auxílio Brasil pago pelo seu governo é 3 vezes maior que o Bolsa Família e que esse valor só pôde ser pago "porque nosso governo não rouba, não tem corrupção". Bolsonaro agradeceu pela acolhida recebida no Pará e mais uma vez ressaltou ser um presidente cristão que não defende o aborto, a ideologia de gênero nem a legalização as drogas. "Ser honesto não é virtude: é obrigação de todo o candidato", pontuou, finalizando seu discurso com o lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade", que utiliza desde a campanha de 2018.

Todo o ato durou exatamente 40 minutos, iniciando às 10h20 e encerrando pontualmente às 11h. Após a saída do presidente muitos candidatos a deputado estadual e federal que o apoiam aproveitaram o microfone ainda ligado para reforçar o pedido de voto, enquanto os apoiadores iam se retirando do local.