O empresário Marcelo Dias, que confeccionou o boné com a sigla "CPX" usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em comício no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, já recebeu cerca de 300 encomendas da peça desde quarta-feira (12).
A imagem de Lula viralizou após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) publicarem conteúdo falso associando a sigla a grupos criminosos. A inscrição no acessório usado pelo petista é a abreviação da palavra "complexo", nome dado a conjuntos de favelas, e não uma gíria falada por traficantes de drogas.
Marcelo Dias conversou com a reportagem enquanto ia aos correios para enviar os bonés, que foram encomendados por pessoas de outros estados. "Eu fique bastante surpreso [com a repercussão]. Era um boné que eu sempre fazia para o pessoal da comunidade", afirma.
Cada boné custa R$ 45, mas o preço varia de acordo com a quantidade de peças compradas -acima de dez, fica a R$ 40 e a cima de 50, R$ 25. Dias, que é o dono da JR Bordados, celebra a procura pelo item e conta que precisou contratar duas pessoas para ajudar com a demanda na produção. "Graças a Deus, deu um 'levantezinho' [nos negócios]".
Dos 300 itens encomendados, 200 foram a pedido do comunicador Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades, que atua no Alemão e que esteve ao lado de Lula no evento de campanha. Na quinta (13), ele fez um post nas redes sociais perguntando quem estaria interessado no boné.
Ele diz que o acessório usado por Lula era de um dos voluntários do Voz das Comunidades, que teve a ideia de oferecer o item ao ex-presidente. "Ele até ficou sem o boné, tenho que devolver", afirma, entre risos.
Rene Silva conta que está pedindo para que as pessoas interessadas comprem dois bonés. A ideia é que o segundo item seja doado aos moradores do Complexo do Alemão.
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