Deputado federal mais votado do país nas eleições deste ano, Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou nesta segunda-feira (17) nas redes sociais que oferecer comida é "estratégia de Satanás". Ele não esclareceu ao que se referia, mas, em publicação horas antes, mencionou a promessa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de levar picanha para a população.
"A estratégia de oferecer comida é de Satanás. Foi assim com Jesus no deserto", escreveu.
A estratégia de oferecer comida é de Satanás. Foi assim com Jesus no deserto.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) October 17, 2022
A tentação de Cristo é um episódio relatado pela Bíblia nos livros de Marcos, Mateus e Lucas. Eles narram que Jesus jejuou por quarenta dias no deserto, mas não dizem que o diabo teria oferecido comida a ele. "Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem pães", diz Mateus 4:3.
A declaração de Nikolas foi criticada por vários internautas, que apontaram que ele teria compreendido mal a passagem. "Oferecer comida é estratégia de Satanás? E quando Jesus multiplicou pães e peixes?", questionou um usuário.
12 Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos: “Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado”. 13 Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido.
— Vitin 1️⃣3️⃣ (@vivifranzdobn) October 17, 2022
Jo 6
"A verdadeira estratégia de Satanás no deserto foi usar as escrituras para tentar manipular Jesus. Qualquer pessoa que leu a passagem sabe disso. Sabe quem mais usa as escrituras para tentar manipular as pessoas?", perguntou outro.
Essa não é a primeira vez que o deputado eleito faz uma interpretação controversa do texto bíblico. Em debate com o seu futuro colega de Câmara dos Deputados, Guilherme Boulos (PSOL-SP), ele disse que Jesus não veio ao mundo para "acabar com a desigualdade ou a pobreza". "Ele veio aqui pagar um preço que ninguém poderia pagar", analisou. "Em Lucas, fala a respeito de vender sua capa e comprar uma espada".
A declaração foi após Boulos dizer que Jesus não aprovaria o gosto dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) por armas.
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