O ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, manifestará a admissão de envolvimento no plano de comercialização das joias e presentes no exterior de Jair Bolsonaro. Cid também apontará o ex-presidente como o mandante dos crimes cometidos.
Caso das joias: Bolsonaro completa 48 horas de silêncio
A declaração foi confirmada na noite desta quinta-feira (17) pelo advogado Cezar Bitencourt, representante legal de Cid, durante uma entrevista concedida à revista Veja.
Confrontado com as provas recolhidas pela Polícia Federal que corroboram sua participação nos atos ilícitos, Mauro Cid optou por reconhecer sua responsabilidade no crime. O oficial militar pretende testemunhar que teve participação na comercialização das joias nos Estados Unidos e que contribuiu para a transferência de valores de volta ao Brasil, os quais foram entregues em dinheiro para Bolsonaro.
A defesa de Cid irá alegar que toda a ação cometida por ele foi comandada pelo ex-presidente, que é identificado como "mentor do esquema", segundo o advogado.
Mauro Cid encontra-se detido há três meses no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, sendo objeto de investigações em várias instâncias relacionadas ao ex-presidente, entre elas, o caso das joias sauditas, a falsificação de cartões de vacinação e o suposto plano conspiratório para invalidar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O advogado Cezar Bitencourt comunicou à revista Veja que Mauro Cid apresentará detalhes que comprovarão o conhecimento de Bolsonaro sobre todo o esquema das joias.
De acordo com Cezar Bittencourt, Bolsonaro mandou que Cid resolvesse a questão das joias. "A relação de subordinação na iniciativa privada é uma coisa. O funcionário pode cumprir ou não. No funcionalismo público, é diferente. Em se tratando de um militar, essa subordinação é muito maior", afirmou o advogado à Veja.
Diante da nova linha de defesa adotada. Mauro Cid em breve irá prestar um novo depoimento à Polícia Federal, onde assumirá os crimes cometidos, mas vai deixar claro que seguia ordens de Jair Bolsonaro.
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