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OPERAÇÃO LAVA JATO

"Erro judicial", diz Toffoli sobre a prisão de Lula em 2018

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli concluiu que a prisão do presidente Lula em 2018 foi ilegal, após invalidar as provas obtidas em acordos de leniência da empreiteira Odebrecht

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Imagem ilustrativa da notícia "Erro judicial", diz Toffoli sobre a prisão de Lula em 2018 camera As provas dos acordos de leniência da Odebrecht foram invalidadas | Reprodução/Carolina Antunes-PR e Ricardo Stuckert

Embora acordos de leniência sejam importantes em processos judiciais, sobretudo aqueles de grande porte, já que impõe compromisso e responsabilidade em acordo com empresas que voluntariamente propõem adotar medidas para prosseguir com suas atividades de forma ética e sustentável. No entanto, as provas obtidas no processo podem ser revistos, como anda ocorrendo em Brasília.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli invalidou nesta terça-feira (6) todas as provas obtidas nos acordos de leniência da Odebrecht. As informações sustentaram as ações e operações da conhecida Operação Lava Jato, que teve mais de 70 fases. O acordo de leniência - uma espécie de delação premiada - foi firmado em 2016, entre o Ministério Público Federal e a Odebrecht. No ano seguinte, o acordo foi homologado pelo então juiz Sérgio Moro.

Toffoli decidiu anular todos os documentos, que não podem mais ser usados em ações criminais, eleitorais, cíveis ou de improbidade administrativa. A decisão atende ao pedido da defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ter acesso aos conteúdos.

Na determinação, o ministro da Suprema Corte dá dez dias para que a Polícia Federal “apresente o conteúdo integral das mensagens apreendidas na Operação Spoofing”, que trata de diálogos entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro. No documento, Toffoli chama de “estarrecedora” a constatação “de que houve conluio entre a acusação e o magistrado.

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Outra determinação do magistrado é que a Advocacia Geral da União (AGU) apure, “urgentemente, a conduta dos agentes públicos envolvidos” na Lava Jato, diante da “gravidade da situação”. A AGU já informou que vai cumprir a ordem e “após a devida apuração, poderá ser cobrado dos agentes públicos, em ação regressiva, o ressarcimento à União relativo às indenizações pagas”, sem prejuízo da apuração “de danos causados diretamente à União pelas condutas desses agentes”.

O ministro do Supremo disse ainda que, diante da “gravidade da situação”, “já seria possível, simplesmente, concluir que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser chamada de dos maiores erros judiciários da história do país”.

“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado, por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações ilegais", concluiu o ministro.

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