PF diz que Bolsonaro aguardaria tentativa de golpe nos EUA

De acordo com a investigação da Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma transferência de R$ 800 mil antes de partir para os Estados Unidos no final de dezembro de 2022. Sua viagem ocorreu enquanto aguardava os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado no Brasil. O passaporte presidencial foi apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, que ocorreu em 8 de fevereiro.

Segundo um documento da investigação obtido pelo blog na quarta-feira (14), a Polícia Federal (PF) afirmou que os investigados "mantinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado" e estavam conscientes dos atos ilícitos praticados.

"Conforme destacado no documento, 'Alguns investigados optaram por deixar o país, transferindo praticamente todos os seus recursos depositados em instituições financeiras nacionais para os Estados Unidos, a fim de se protegerem de possíveis processos penais iniciados para investigar os crimes', conforme indicado pela Polícia Federal (PF).

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No caso específico de Bolsonaro, a PF relata que em 27 de dezembro foi realizada uma operação de câmbio no valor de R$ 800.000,03 para um banco sediado nos EUA, onde o ex-presidente possui uma conta. Segundo a representação policial enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), parte desse montante pode estar relacionada ao 'desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras', como no caso da venda de joias oferecidas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.

A PF afirma que 'É evidente que o então presidente Jair Bolsonaro, ao término de seu mandato, transferiu todos os seus ativos e recursos financeiros, sejam eles ilícitos ou lícitos, para os Estados Unidos, com o objetivo de garantir sua permanência no exterior, possivelmente aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado em curso'.

Após a transferência dos R$ 800 mil para os EUA, conforme revelado pela quebra de sigilo bancário realizada pela PF, Bolsonaro ficou com um saldo negativo de R$ 111 mil em sua conta poupança no Brasil. Esse déficit foi posteriormente coberto por recursos retirados por ele de um fundo de investimentos. O documento da PF não especifica o montante mantido por ele nesse fundo.

Até o momento desta atualização, a defesa de Jair Bolsonaro não havia respondido aos contatos feitos pelo blog."

Durante a Operação Tempus Veritatis, conduzida em 8 de fevereiro, o passaporte de Bolsonaro e de outros investigados foi confiscado.

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No documento, a Polícia Federal afirma que "conclui-se que, diante da não concretização do golpe, vários investigados começaram a deixar o país sob várias justificativas (como férias ou descanso), incluindo o ex-presidente Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres".

A determinação destaca que, devido ao fato de os investigados possuírem passaportes oficiais que poderiam facilitar uma eventual fuga do país em caso de condenação criminal, deveriam entregar esses documentos.