
As disputas políticas no entorno do bolsonarismo já não se restringem a confrontos com adversários externos — agora, também envolvem embates internos entre aliados do ex-presidente. Um episódio recente evidencia essa divisão: um áudio do pastor Silas Malafaia, incluído em um relatório da Polícia Federal (PF), revelou críticas contundentes ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL).
Na gravação, direcionada a Jair Bolsonaro, Malafaia faz duras críticas ao filho do ex-presidente, chegando a utilizar termos ofensivos como "babaca" e "inexperiente". O conteúdo escancara o clima de tensão entre dois dos nomes mais próximos do ex-chefe do Executivo.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
- Eduardo manda Bolsonaro tomar no c* e chama o pai de ingrato
- Ouça! Em áudio a Bolsonaro, Malafaia chama Eduardo de babaca.
- Bolsonaro preparou pedido de asilo à Argentina, afirma PF
Horas após o vazamento das mensagens, Eduardo Bolsonaro publicou um vídeo rebatendo o conteúdo do áudio de Malafaia. "Tem circulado aí uns áudios do pastor Silas Malafaia, vazaram, mais uma vez, através do Fishing Expedition (pescaria probatória). Pegam o celular do Bolsonaro, vazam o que interessa, jogam uma cortina de fumaça para o que realmente importa", disse o deputado.
Em seguida, o filho do ex-presidente afirma que está sofrendo "perseguição". "Estou aqui para dizer o seguinte, pastor Silas Malafaia, estamos juntos, o senhor está sofrendo os últimos atos desse regime. Então, siga firme e forte, estamos juntos, pastor", concluiu o deputado.
Quer receber mais notícias do Brasil e do mundo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!
RELATÓRIO DA POLÍCIA FEDERAL
Eduardo Bolsonaro passou a ser alvo de investigação por causa de sua atuação nos Estados Unidos, onde está desde março buscando apoio para a aplicação de sanções contra autoridades brasileiras.
Esse movimento levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF), em maio, a abertura de um inquérito. A PGR aponta que as ações do deputado no exterior podem configurar os crimes de coação no andamento de processos judiciais, obstrução de investigações envolvendo organização criminosa e tentativa de derrubar, por meios violentos, o Estado democrático de Direito.
A Procuradoria também destacou que a iniciativa de Eduardo — ao tentar submeter o funcionamento do STF à avaliação de um governo estrangeiro — representa uma afronta à soberania nacional, o que, segundo o Código Penal, é considerado crime.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar