Para o bem ou para o mal, a pandemia de Covid-19 colocou o mundo de cabeça para baixo. Aprendemos a viver com distanciamento, a usar máscara, a higienizar bem as mãos, e a recorrer à tecnologia para qualquer encontro que pode ser evitado por uma chamada de vídeo. Quando o coronavírus passar, o mundo vai ser diferente. E, segundo o futurologista americano Ray Hammond, estaremos cada vez mais conectados, sobretudo no campo da saúde.

No relatório Life after Covid-19 (A vida depois da Covid-19, em tradução livre), feito em parceria com a Allianz Partners, o especialista em tendências conta que a sociedade estará melhor preparada para lidar com qualquer novo risco à saúde pública e exigirá mais gastos com saúde por parte do governo e acesso rápido a medicamentos e equipamentos.

A telemedicina também veio para ficar. Segundo Hammond, as consultas de rotina feitas pela internet serão responsáveis por diminuir as filas enormes do sistema de saúde.

Em entrevista ao Metrópoles, o futurologista conta que a telemedicina na atenção primária foi impulsionada em pelo menos 10 anos por conta do aumento durante a pandemia.

“A medicina também está aprendendo o quão importante é garantir que certos grupos não sejam excluídos dos cuidados primários, como os mais idosos que não possuem acesso e entendimento às novas tecnologias, além daqueles com dificuldades de aprendizagem. Para a população em geral, é um grande e positivo passo”, ensina.

A pesquisa chama atenção ainda para a saúde mental — os casos de pacientes com depressão e ansiedade cresceram muito nos últimos meses. A tecnologia também deve ajudar nesses casos, uma vez que o atendimento psicológico on line se tornou mais comum e facilitado a longo prazo.

Segundo o levantamento, além da telemedicina, os gadgets que medem os sinais vitais do usuário e ajudam a acompanhar a saúde do organismo ficarão mais em alta. “A tecnologia digital para a saúde será a norma, incluindo a telemedicina e incentivando a rápida adoção de tecnologias vestíveis, que são dispositivos inteligentes utilizados como um acessório (relógios, pulseiras ou até mesmo óculos de realidade virtual)”, afirma Hammond.

Máscaras não serão para sempre

Apesar de o uso de máscaras e protetores faciais ser comum em países asiáticos desde antes da pandemia, Raymmond não acredita que o mundo ocidental adotará os itens após o fim da Covid-19. “Não acredito que as máscaras vieram para ficar”, diz.

Para o futurologista, o cenário deve mudar assim que houver uma distribuição ampla e efetiva de vacinas que protejam a população do coronavírus. “As máscaras irão desaparecer da rotina diária”, afirma.

Foto: Adriano Machado

MAIS ACESSADAS