O Janeiro Roxo foi criado em 2016 para celebrar o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, que tem o último domingo do mês como a data símbolo. O Brasil aparece na segunda posição de países com o maior número de casos da doença, chegando a registrar 30 novos infectados pela Hanseníase por ano, perdendo apenas para a Índia.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), a partir de dados do Ministério da Saúde, a doença é mais frequente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que respondem por quase 85% dos casos do país. O Brasil concentra mais de 90% dos casos da América Latina.
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No mês que alerta sobre a doença, a coluna “Te Cuida!” traz descrições de sinais, sintomas da hanseníase e orientações sobre a importância de buscar um diagnóstico precoce e esclarecer dúvidas de como funciona o tratamento.
Sinais e sintomas
Como ocorre a transmissão da Hanseníase?
De acordo com a Dermatologista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Betânia Sales, a transmissão ocorre por meio do contato com um paciente que possuí a doença.
“A transmissão da Hanseníase é feita pelo contato direto com o paciente infectado pela doença, que não está ainda em tratamento. Então, ela pode ser transmitida através das gotículas de saliva e também por secreções do nariz”.
Ainda segundo a dermatologista, a convivência com um paciente aumenta os riscos de transmissão. “Quando um paciente está com a doença e tem a forma um pouco mais grave, que é a forma multibacilar, aquela forma da doença que o paciente tem muitos bacilos dessa bactéria, ele pode passar para as pessoas que convivem com ele em casa. O convívio direto com esse paciente doente não tratado, pode levar as pessoas que estão em casa a serem acometidos pela hanseníase".
Qual a diferença entre a hanseníase e a alergia?
É possível diferenciar uma da outra por causa do período que elas ocorrem, afirma a especialista. "São lesões que são diferentes. As lesões da Hanseníase podem aparecer como manchas brancas, vermelhas e às vezes até um pouco escurecidas. E nos casos mais graves, podem a aparecer nódulos. Geralmente o paciente que tem alergia, o quadro é muito mais agudo, então tem o contato com o alérgeno, aquela substancia que vai produzir a reação alérgica em algo muito mais agudo. Já a Hanseníase se desenvolvendo aos poucos então, pois aparece primeiro uma lesão, depois vai aparecendo outras”.
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Como funciona o diagnóstico?
O histórico do paciente ajuda na identificação do diagnóstico, explica a Betânia. “O diagnóstico é feito pela história clínica do paciente e pelo tipo de lesão. É feito um teste de sensibilidade pelo próprio médico para ajudar na procura de alguma sequela que já existe, deficiência motora, a questão do teste de sensibilidade no tato, então tudo isso é feito pelo médico que é treinado para fazer o diagnóstico”.
Qual a importância de levar à risca o tratamento?
A Dermatologista reforça que a cura só chegará por meio da realização de um tratamento correto. “O paciente tem que fazer o tratamento de maneira correta, tem que ser feito pelos seis meses se for a forma paucibacilar e por 12 meses se for a forma multibacilar”.
A Doutora orienta que, se o tratamento não for feito de maneira adequada, podem resultar em sequelas. “A hanseníase é uma doença que pode sim dar sequelas, o paciente pode ter sequelas motoras. Então assim, se você fizer um tratamento de uma forma adequada, você não vai evoluir para sequelas, você provavelmente vai evoluir para a cura da doença. Aqueles pacientes que já tem uma forma mais avançada, que já existe a sequela, a medicação não vai tratar essas sequelas. Esse tratamento que é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) vai tratar a doença em si, a bactéria. Já as sequelas serão tratadas de outra forma, que esse paciente vai ter um acompanhamento que vai precisar do fisioterapeuta, do terapeuta ocupacional para ter uma vida melhor”.
Como se prevenir da doença?
A procura por um diagnóstico precoce ajuda a prevenir o avanço da doença, garante Betânia. "A prevenção da Hanseníase é feita através do diagnóstico e do tratamento precoce. Então quanto mais cedo for feito o diagnóstico da doença e do tratamento, menor a chance desse paciente que tá infectado de transmitir a doença para outras pessoas. Então é de extrema importância que se você tiver uma lesão, que seja uma lesão diferente que você perceba que tá tendo uma alteração de sensibilidade, que é uma lesão que você não soe naquela região ou tenha perda de pelos, ou de repente é uma lesão numa fase inicial que não tem todos esses acometimentos que falei, mas que precisa ser investigada. Então não subestime aquela lesão que aparecer na sua pele, procure um profissional adequado para avaliar.
Arte: Demax Silva
Edição: Fabiana Batista
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