É comum que as pessoas enfrentem problemas de congestão nasal devido a temperaturas baixas, tempo seco e mudanças climáticas abruptas. Para aliviar esse desconforto, muitos recorrem aos descongestionantes nasais, como Sorinan, Sorine, Neosoro, Aturgyl e outros produtos disponíveis no mercado. No entanto, o que pode parecer uma solução rápida e eficaz pode trazer consequências indesejadas para a saúde.
No ano de 2022, de acordo com um levantamento realizado pela empresa de pesquisas na área da saúde IQVIA, o Neosoro, um popular descongestionante nasal, foi o segundo medicamento mais vendido no Brasil. Foram comercializadas impressionantes 69,6 milhões de unidades desse produto, ficando atrás apenas do antidiabético Glifage XR, que registrou 81,9 milhões de caixas vendidas. Esses números chamam a atenção para o uso generalizado e excessivo desses medicamentos pela população brasileira.
No entanto, o que muitos desconhecem são os riscos associados ao uso frequente e prolongado de descongestionantes nasais. A Dra. Marina Faistauer, otorrinolaringologista e professora de medicina da Universidade Feevale, destaca que esses medicamentos podem causar dependência, conhecida como rinite medicamentosa. Segundo ela, é fundamental conscientizar as pessoas de que o uso de descongestionantes nasais deve ser prescrito por um profissional de saúde, pois o vício pode ser difícil de tratar uma vez estabelecido.
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O vício em descongestionantes nasais ocorre devido ao efeito rebote que esses medicamentos podem causar. Quando aplicados, eles diminuem o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos da mucosa nasal, aliviando a congestão e permitindo uma melhor respiração. No entanto, à medida que o efeito diminui, os vasos sanguíneos tendem a se dilatar novamente, resultando em um nariz ainda mais congestionado. Como resultado, a pessoa recorre ao medicamento novamente, criando um ciclo vicioso com intervalos cada vez menores entre as aplicações.
NADA INOFENSIVO
Os descongestionantes nasais, apesar de amplamente disponíveis nas farmácias sem a necessidade de prescrição médica, não são inofensivos. Seu uso frequente e prolongado pode levar a efeitos colaterais graves, como aumento da frequência cardíaca, dor de cabeça, arritmias e até mesmo agravamento da condição nasal. Além disso, existem grupos de pessoas que não devem usar descongestionantes nasais, como os hipertensos.
O cenário é preocupante, pois muitas pessoas adquirem o hábito de usar descongestionantes nasais sem orientação adequada. A Dra. Marina relata que é comum receber pacientes viciados nesses medicamentos que os utilizam por conta própria, sem saber dos riscos envolvidos. É necessário que haja uma conscientização sobre a importância de buscar orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento com descongestionantes nasais.
VÍCIO
Superar o vício em descongestionantes nasais não é uma tarefa fácil, mas é possível com o apoio adequado. O primeiro passo é reconhecer o problema e buscar ajuda médica. Um otorrinolaringologista poderá avaliar a condição nasal do paciente e indicar o tratamento mais adequado.
Existem diferentes opções de tratamento para ajudar no processo de "desmame" desses medicamentos. O uso de medicações tópicas, como sprays nasais à base de corticoides, pode ajudar a reduzir a congestão e a inflamação nas vias nasais. A lavagem nasal com solução salina também pode ser útil para limpar e umidificar as passagens nasais.
Em alguns casos mais graves, a medicação oral, como corticosteroides, pode ser prescrita para aliviar a inflamação nasal. Além disso, a diluição do descongestionante nasal com soro fisiológico pode ser uma estratégia para reduzir gradualmente a concentração do medicamento.
Em situações em que há obstruções nasais recorrentes devido a desvios de septo ou outras condições estruturais, a cirurgia de desvio de septo pode ser considerada como uma opção de tratamento.
ABORDAGEM INDIVIDUALIZADA
No entanto, é importante ressaltar que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada. O acompanhamento médico é fundamental para monitorar o progresso e ajustar o tratamento conforme necessário.
Ficar longe dos descongestionantes nasais pode ser a melhor solução, mas é preciso ter paciência e perseverança durante o processo de desintoxicação. O suporte de profissionais de saúde, aliado ao comprometimento do paciente em seguir as orientações médicas, é essencial para superar o vício e encontrar um alívio duradouro da congestão nasal.
É fundamental conscientizar a população sobre os riscos do uso inadequado de descongestionantes nasais e incentivar a busca por orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento. Somente assim será possível evitar os efeitos nocivos desses medicamentos e preservar a saúde nasal a longo prazo.
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