Com incidência maior entre os adolescentes, a acne é uma doença da pele que afeta até 90% dos jovens do sexo masculino no período da puberdade. Entretanto, os surgimentos de pápulas inflamatórias, as chamadas espinhas, podem ocorrer também na vida adulta.
De acordo com a dermatologista Caroline Palheta, a acne é uma doença crônica dos folículos pilossebáceos, ou seja, os poros, com períodos de melhora e piora. A especialista explicou que as principais alterações que provocam a acne consistem no aumento da produção sebácea e obstrução dos poros por descamação alterada da pele, o que leva ao cravo. Além de gerar aumento da flora bacteriana, provocando alterações químicas no sebo, ainda leva a um estado de inflamação, que produz pápulas e pústulas, conhecidas como espinhas.
"Há ainda a acne da mulher adulta, que ocorre em mulheres com mais de 25 anos, tendo predominância de lesões inflamatórias, com poucos comedões, principalmente na região da mandíbula e queixo. Geralmente há piora no período pré-menstrual, quando há maior liberação hormonal, estando ou não associada a doenças, como a síndrome dos ovários policísticos. A acne pode também ser causada por produtos aplicados na pele, quando a pessoa usa cosméticos oleosos, incluindo cremes de limpeza, umectantes e protetores solares comedogênicos, ou seja, que obstruem os poros, levando à formação de cravos e espinhas” explicou a médica.
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Com a chegada do período do "verão amazônico" e a incidência solar mais intensa, a dermatologista orientou que os cuidados com a higiene e com o uso de protetor solar devem ser maior. “O calor aumenta a secreção de sebo pelas, então, manter a pele limpa ajuda bastante. Deve-se lavar o rosto pelo menos duas vezes ao dia e as mulheres devem retirar toda a maquiagem da pele, ao deitar. Porém, deve-se evitar a lavagem mais do que três vezes ao dia, pois seu excesso irrita a pele e aumenta a produção sebácea, por um efeito rebote. As pessoas que tem pele mista a oleosa e com tendência a acne, deve usar um protetor solar que não seja comedogênico, ou seja, que não cause e nem piore a acne. Muitos produtos são “oilfree” [livres de óleos], mas ainda assim levam à piora do quadro. O ideal é procurar um especialista para indicar o protetor adequado à sua pele", orientou a médica.
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A especialista informou que o uso de medicamentos que contenham vitaminas do tipo B e corticóides podem levar a um quadro similar à acne, com espinhas no rosto e tronco. A ingestão de alguns alimentos também influencia na piora das espinhas.
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“Os alimentos que comprovadamente interferem na doença são aqueles com alto índice glicêmico, principalmente açúcares comuns, bem como leite e derivados. Mas o que ocorre é o agravamento da acne e não sua causa", frisou doutora Caroline.
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