
Em um cenário no qual a busca por alternativas para emagrecimento cresce em ritmo acelerado, um novo produto vem despertando tanto expectativa quanto cautela. O Olire, caneta injetável indicada para perda de peso, desembarcou nas farmácias brasileiras nesta semana e rapidamente ganhou notoriedade, sendo apelidado de "Ozempic brasileiro". No entanto, junto ao interesse, surgiram questionamentos sobre possíveis interações com anticoncepcionais orais, especialmente entre mulheres que fazem uso regular da pílula.
De acordo com a nutróloga Sabrina Guerreiro, coordenadora clínica de Terapia Nutricional e Nutróloga do Hospital Badim/Rede D’Or, no Rio de Janeiro, a atenção é necessária. "O Olire, assim como os demais medicamentos análogos do GLP-1, como Ozempic e Mounjaro, podem reduzir a eficácia dos medicamentos orais ao reduzir o esvaziamento gástrico e retardando a absorção. As bulas do Wegovy, Saxenda e Mounjaro afirmam que não há redução da eficácia dos contraceptivos orais, porém dizem que é possível haver redução na absorção de medicamentos orais pelo retardo do esvaziamento gástrico”, explica.
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A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda que o uso de contraceptivos orais seja mantido, sempre com orientação médica, durante o tratamento com semaglutida. No caso do Mounjaro, o órgão indica a adoção de um método de barreira nas primeiras quatro semanas de uso e a cada aumento de dose, ou a substituição por contraceptivos não orais, como o DIU. "A federação não se referiu à liraglutida, por isso, é importante sempre avaliar caso a caso, com acompanhamento médico", reforça.
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CUIDADOS ENVOLVENDO A GRAVIDEZ
Outra preocupação é a segurança reprodutiva. "É importante alertar que o uso de contraceptivos é recomendado durante o tratamento com as canetas emagrecedoras, pois ainda não se conhece os riscos da medicação sobre o feto. O uso dos medicamentos análogos do GLP-1 também não são indicados para as mulheres que desejam engravidar, que possam já estar grávidas ou que estejam amamentando", acrescenta a especialista.
Segundo a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, mulheres que planejam engravidar devem suspender medicamentos com semaglutida, como o Ozempic, com pelo menos dois meses de antecedência. No caso da tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, o intervalo mínimo é de um mês. Já a liraglutida, presente no Olire, permanece no organismo por cerca de 13 horas, permitindo que o tratamento seja interrompido pouco antes da tentativa de concepção.
Entre os efeitos adversos mais comuns do Olire estão náuseas, vômitos, diarreia e constipação. O medicamento é de uso controlado, exigindo prescrição médica e receita para compra nas farmácias.
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