IA do Google entrega edições mais realistas e ameaça Photoshop

Uma ferramenta inovadora de criação e edição de imagens com uso de inteligência artificial generativa tem feito o maior sucesso na web esta semana.

Denominada de 'Nano Banana', o modelo de IA cria os efeitos de forma bem realista em poucos segundos e vem sendo considerada por especialistas e tecnólogos como um dos lançamentos mais promissores do Google no campo da edição digital.

A princípio 'misteriosa', a IA apareceu pela primeira vez na "Image Edit Arena" da LMArena, uma plataforma de testes cegos para sistemas de IA. E, como de cara mostrou resultados surpreendentes, caiu rapidamente no gosto dos usuários.

Oficialmente chamado de Gemini 2.5 Flash Image, a ferramenta logo virou assunto entre internautas que especulavam sua origem. Na última terça-feira (26), o Google confirmou que o recurso faz parte da família Gemini e está disponível para uso gratuito e em planos pagos.

Por que o 'Nano Banana' se destaca e representa uma ameaça ao Photoshop?

Manter a aparência de um personagem ou objeto em vários prompts e edições sempre foi um desafio para os geradores de imagens por IA. A nova IA do Gemini, no entanto, parece ter superado essa barreira com sucesso.

Os usuários chamam esse recurso de “consistência”. Diferente de outras IAs que frequentemente distorcem rostos ou exigem várias tentativas para chegar ao resultado desejado, o Nano Banana mantém a uniformidade de forma mais simples. Segundo relatos, sua precisão chega a 95%, o que reduz consideravelmente erros comuns em ferramentas concorrentes.

Outro ponto forte é a edição por linguagem natural. Enquanto no Photoshop é necessário ter certo conhecimento técnico para aplicar transformações, aqui basta digitar comandos como “colocar a personagem em uma montanha nevada” ou “transformar a cena em uma pintura aquarela” para que a alteração seja feita automaticamente.

Para designers e criadores de conteúdo, isso representa um ganho enorme de produtividade: tarefas que antes levavam minutos — ou até horas — podem agora ser concluídas em questão de segundos.

Quer mais notícias sobre Tecnologia? Acesse nosso canal no WhatsApp

Além da velocidade (o sistema gera imagens em menos de um segundo), outro ponto que chama atenção é a integração com outros serviços do Google. Uma foto editada pode ser levada de volta ao Gemini para virar vídeo, por exemplo.

Entre as funções já testadas por usuários estão:

• cena complexa renderizada em milissegundos;
• recuperação de fotos borradas;
• alteração de cenários inteiros;
• modificação de objetos ou cores de objetos nas imagens;
• restauração de rostos e detalhes apagados;
• combinação de imagens diferentes em um só arquivo.

A ferramenta tem despertado a curiosidade da indústria criativa por conta das mudanças significativas nos fluxos de trabalho do design. O grande diferencial está no fato de que o Nano Banana executa fucnções típicas do Adobe Photoshop e do Canva - que antes exigiam conhecimento detalhado de camadas, máscaras e ajustes manuais - de forma mais simples, a partir de comandos em linguagem natural.

Essas plataformas vêm adicionando recursos de IA nos últimos meses, mas o modelo do Google acabou "subindo a régua" ao simplificar processos complexos e reduzir barreiras técnicas para profissionais e iniciantes.

Como funciona o Nano Banana?

O Nano Banana já está disponível para testes na API do Gemini, no Google AI Studio (para desenvolvedores) e no Vertex AI (voltado a empresas). Quem preferir pode experimentar diretamente no site banananano.ai, bastando carregar uma imagem e digitar a instrução desejada.

As edições são feitas em formato de chat, onde o usuário descreve claramente a modificação que deseja. No entanto, há uma ressalva: todas as imagens criadas ou alteradas com a ferramenta recebem uma marca d’água digital invisível, que permite identificá-las como geradas ou editadas por IA.

De acordo com o Google, o “Gemini 2.5 Flash Image” tem custo de US$ 30 por 1 milhão de tokens de saída — sendo que cada imagem equivale a 1.290 tokens, ou cerca de US$ 0,039 por imagem.

A empresa informa ainda que o modelo está em fase de pré-visualização via API Gemini e Google AI Studio, mas deverá estar estável nas próximas semanas, conforme publicação em seu blog oficial.