E se o seu celular fosse carregado por meio de suas roupas, recebendo energia enquanto você caminha? Essa realidade está mais perto de se concretizar graças ao trabalho da pesquisadora Dorina Opris e um time de cientistas do EMPA (Laboratórios Federais Suíços de Ciência e Tecnologia de Materiais).

Chamado de Piezoeletricidade, o efeito geralmente é ligado a alguns tipos de cristais que produzem energia elétrica em resposta à pressão mecânica. A natureza dos cristais, duro e pesado, porém, limita suas aplicações. Os cientistas conseguiram transportar esse efeito para um polímero elástico, que produz a energia quando esticado ou comprimido.

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A invenção abre um leque de possibilidades, desde roupas e acessórios, passando por superfícies sensíveis ao toque, até itens médicos, como um marca-passo. “Esse material poderia até ser usado para obter energia do corpo humano”, afirmou Opris na divulgação do novo produto. “Você poderia implantá-lo no seu coração e gerar energia a partir de seus batimentos”, conta.

A produção do material, ainda em fase de testes, é um processo caro e complexo. Primeiro é preciso unir o polímero (silicone no caso do experimento) e um material feito de nanopartículas polarizadas. Depois o material é submetido a um forte campo elétrico, e, então, aquecido a ponto das nanopartículas ficarem em um estado parecido a uma borracha. Dessa forma, a polaridade é orientada no sentido do campo elétrico. Ao ser resfriada, essa orientação é mantida, garantindo a condução da energia.

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Fonte: Revista Galileu

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