Pela segunda vez na história, experimentos científicos brasileiros serão realizados na Estação Espacial Internacional (ISS). A primeiro a vez aconteceu em 2006, com o astronauta Marcos Pontes. Dessa vez, porém, os idealizadores da pesquisa serão consideravelmente menos experientes: estudantes da sétima série do Ensino Fundamental. 


Um grupo de 335 estudantes participam da 12ª edição do Student Spaceflight Experiments Program (SSEP), um programa do Centro Nacional para Educação Científica para Terra e Espaço (NCESSE), em que o governo norte-americano busca estimular a pesquisa entre os jovens. 

O ingresso dos  brasileiros só foi possível graças ao engenheiro espacial Lucas Fonseca, diretor da Missão Garatéa, um consórcio privado brasileiro com objetivo de colocar um nanosatélite na órbita da lua. 

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Foram enviados 73 projetos de três escolas (Colégio Dante Alighieri e Escola Municipal Perimetral, de São Paulo, e da ONG Projeto Âncora, de Cotia). Eles foram apresentados a um júri técnico de 60 avaliadores, formado por pesquisadores das instituições que integram a Missão Garatéa. Dessas iniciativas, foram escolhidos dez trabalhos, que passaram por um processo de qualificação até chegarem a três finalistas. 

O vencedor (o projeto, infelizmente não o estudante) embarca ainda no primeiro semestre de 2018 no foguete da empresa americana SpaceX em direção ao ISS. O experimento será realizado por um astronauta da Nasa e, após quatro a seis semanas, será trazido de volta à Terra para análise dos resultados.

Conheça os experimentos finalistas:

- “Cimento espacial”: de que forma a microgravidade afeta o processo de endurecimento do cimento? A hipótese considerada pelos autores deste experimento é a da possível ocupação de outros planetas pelo homem, algo que se torna uma realidade cada vez mais próxima. Por isso, para o experimento,  serão acrescentados outros elementos ao cimento, como mistura de plástico verde. A turma descobriu que na ISS há uma impressora 3D que usa este material, por isso farão uso dele, que é um plástico sustentável. 

- “Efeitos da microgravidade sobre o sangue conservado para transfusão sanguínea”: Este trabalho da área médica visa estudo de possibilidade de atendimento de astronautas que venham a precisar de transfusão de sangue.

- “A intervenção do tungstato no desenvolvimento bacteriano na microgravidade”: De que maneira a microgravidade interfere na atuação do tungstato de prata na inibição do desenvolvimento bacteriano? A bactéria utilizada foi a causadora do tétano. Este trabalho de física, química e biologia usa o tungstato, substância desenvolvida recentemente por um cientista brasileiro como forma de combater o tétano. Um dos objetivos é descobrir se há formas de criar uma vacina mais barata para a doença.

Fonte: Revista Galileu

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