Mesmo cerca de 4,5 mil anos após sua construção, as pirâmides do Egito continuam intrigando muita gente. Afinal, como a galera conseguiu carregar aqueles pedregulhos de até 2,5 toneladas pela areia do deserto tantos anos antes da invenção do guindaste? E o alinhamento quase perfeito das pirâmides em relação aos pontos cardeais? Como é possível sem a ajuda de um compasso ou uma bússola? Só pode ter sido obras de extraterrestres. Certo?

Não é bem assim. Pelo menos em relação ao alinhamento, a ciência já demonstrou que o posicionamento tão preciso é mérito todo nosso, sendo possível até para os mortais que habitavam o norte da África em um tempo tão remoto.

O egiptólogo Kate Spence, da Universidade de Cambridge, já havia proposto que as estrelas Kochab, na constelação da Ursa Menor e Mizar, na Ursa Maior, serviram de referência. Elas estavam perfeitamente alinhadas ao Polo Norte na época da construção, por volta do ano 2.467 AC, na mesma disposição que as duas pirâmides do Vale de Gizé.

Uma nova pesquisa, porém, levanta outra teoria, muito mais simples, para explicar o alinhamento. Segundo o arqueólogo Glen Dash publicou no Jornal da Arquitetura Egípcia Antiga, bastou usar um relógio solar no dia certo para determinar a localização de cada uma.

As pirâmides de Quéops, Quéfren e a Vermelha se encontram alinhadas com os pontos cardeais, mas com pequenos desvios no sentido anti-horário que não passam de alguns décimos de grau.

De acordo com o pesquisador, esses pequenos desvios coincidem com os determinados pela projeção da sombra de um relógio solar durante o equinócio de outono. É quando o Sol está exatamente acima da linha do equador, o que no hemisfério norte acontece no mês de setembro.


“Isso produz um resultado que combina com o atual alinhamento das maiores pirâmides da Era das Pirâmides em magnitude e direção”, afirma Dash em seu artigo. “É o candidato da Navalha de Occam. É difícil imaginar um método que possa ser mais simples conceitualmente e na prática”, concluiu, se referindo à um princípio formulado pelo  filósofo e frade Guilherme de Occam, que diz que a resposta mais simples para uma questão complexa deve ser sempre a mais provável.

Aliás, seguindo a lógica da Navalha de Occam, os pesadíssimos blocos eram transportados da pedreira até o próximo ao local da pirâmide pelo Rio Nilo, e em seguida, movimentados com ajuda de troncos roliços sobre os quais eram puxados à força pelos construtores. Nada de aliens ou forças sobrenaturais.

Fonte: Revista Galileu

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