Na tarde de ontem (10), a equipe do DIÁRIO flagrou diversos motoristas e motociclistas executando manobras irregulares na avenida Augusto Montenegro, em Icoaraci, sobretudo, com velocidade acima do permitido pela via e na linha expressa do BRT. Mesmo após o acidente que resultou na morte do 3º sargento da Policial Militar, José Pedro Sales de Souza, o hábito perigoso persiste no local.
O caso aconteceu próximo ao Terminal Maracacuera, perímetro onde motos e carros realizam retorno proibido, e ciclistas arriscam a vida ao usar a via do BRT para se locomover. Além disso, é comum encontrar mototaxistas que levam e trazem passageiros pelo corredor exclusivo, a maioria sem capacete ou pilotando de chinelas, condições proibidas segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Um dos pontos mais críticos fica no cruzamento entre a avenida Augusto Montenegro e a rua 8 de Maio. Por ser uma zona de convergência, motoristas e pedestres precisam de atenção para evitar o pior, porém, muitos desrespeitam o semáforo que existe neste trecho. “Parece brincadeira, mas todos os dias presenciamos algum tipo de acidente aqui”, disse a autônoma Lena Marques, 53.
Lena possui uma venda próximo de onde o militar se chocou com o ciclista na manhã de ontem. De acordo com a vendedora, que trabalha no local há pelo menos 10 anos, desde quando as obras do BRT foram concluídas, é comum presenciar ocorrências de trânsito, a maioria por imprudência.
“Eu mesma já fui vítima. Um certo dia precisei de um mototáxi para ir ao supermercado quando uma mulher, em um carro, fez um retorno irregular e a gente acabou colidindo com o carro dela. Eu caí, bati a minha boca e a minha perna ficou presa debaixo da moto. Mas graças a Deus nada de mais aconteceu”, explica Marques.
CICLOFAIXA
O uso indevido da ciclofaixa por carros e motos parece ser comum por lá. Além disso, motociclistas foram vistos atravessando pela faixa de pedestres, transitando de um lado para o outro, mesmo na presença de crianças e idosos. Mesmo com a equipe do jornal registrando as imprudências, muitos pareciam não se importar.
“Se vocês fossem fazer todas as imprudências que acontecem por aqui não ia ter espaço no jornal”, afirmou Juliana Lira, 31. “Muitos motociclistas levam crianças sem capacetes. Outros só sabem usar a moto se exceder o número de passageiros. Os semáforos são respeitados por poucos. Por isso que acontecem muitos acidentes: por falta de conscientização do povo”, completou a vigilante.
O capacete, que era para estar protegendo a cabeça, vai parar no braço. Outros preferem colocá-lo na testa. Tem quem opte por deixá-lo em casa e transitar normalmente sem a proteção exigida pelo CTB. “Concordo que o que falta mesmo é a população colocar a cabeça no lugar e entender que é possível se proteger e proteger o próximo para um trânsito mais seguro”, frisa Almir Nunes, 64.
“Mas eu sou da seguinte política: se a população não está nem aí, então precisamos de uma intervenção dos órgãos competentes. Tem semáforos? Sim! Tem sinalizações? Também! Então, acho que poderiam fazer um estudo e, quem sabe, colocar até lombadas. Nós que usamos as ruas todos os dias precisamos ter atenção redobrada para não morrer”, conclui o autônomo.
Lei
O Código de Trânsito Brasileiro é claro quanto às conversões em locais proibidos, seja à direita ou à esquerda, considerado esse procedimento grave. Além da multa, que pode chegar a R$195,23, o condutor recebe ainda cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Avançar o sinal vermelho ou o de parada obrigatória é infração gravíssima, com multa de R$293,47.
Segundo o CTB, conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem o uso de capacete ou vestuário adequado é considerado infração gravíssima, com penalidade que pode variar em multa no valor de R$ 293,47, além da suspensão do direito de dirigir. Já em relação aos carros, todos precisam estar com cinto de segurança, pois a falta do item é infração grave, com multa de R$ 195,23.
Em relação às penalidades aos condutores que forem flagrados na via expressa, a Semob pontua ainda que esta infração é considerada gravíssima e pode resultar em multa de R$293,47, sete pontos na CNH e também remoção ou apreensão do veículo.
A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) também disponibiliza canais de atendimento para denúncias relativas ao trânsito, seja por meio das redes sociais (Twitter, Instagram e Facebook), ou formalizadas à Ouvidoria, no link: semob.belem. pa.gov.br.
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