Boris Berezhnov, um morador do distrito de Yakutia, na Sibéria, estava caminhando às margens do rio Tirekhtykh, quando encontrou um pequeno leãozinho morto conservado em perfeitas condições. A descoberta chamou atenção principalmente porque não existem leões selvagens vivendo por lá. Não mais.

Os leões que conhecemos hoje em dia são provenientes da África. Um parente próximo, porém, costumava andar pela região até o fim da última era glacial, há 11,7 mil anos. São os leões da caverna, linhagem a qual pertence o falecido leãozinho. “É um filhote de leão perfeitamente preservado, com todos seus membros”, diz Albert Protopopov, paleontólogo da Academia de Ciências da República da Iacútia, em entrevista ao Siberian Times.

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O pesquisador acredita que o pequeno leão da caverna, com 45 centímetros e quatro quilos, viveu entre 20 e 50 mil anos, sendo preservado no permafrost, uma camada de solo permanentemente congelada.

O caso não é inédito. Em 2015, dois leõezinhos, ainda mais jovens, foram encontrados próximo a outro rio, o Uyandina. Foram encontrados inclusive traços do leite materno no estômago dos bichinhos, que viveram entre 25 e 55 mil anos atrás. “Todo mundo ficou maravilhado. NInguém acreditava que fosse possível e, dois anos depois, outro leão da caverna é encontrado”, disse Protopopov.

Assim como da primeira vez, a descoberta de um exemplar de um leão da caverna em estado tão preservado reacendeu o debate sobre a possibilidade de clonar o animal. Além da questão ética de trazer uma espécie extinta há tanto tempo de volta à vida, os cientistas esbarram na questão técnica.

Em 2008, cientistas clonaram um rato em laboratório a partir dos restos mortais que estavam congelados há 16 anos. Apesar da possibilidade de reproduzir o experimento, há dúvidas sobre fazer o mesmo com uma espécie congelada há 20 mil anos.

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Fonte: Revista Galileu

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