Uma reação, digamos, atípica da covid-19 está chamando atenção de cientistas e pesquisadores do mundo inteiro.  

Homem tem ereção de quatro horas após contrair Covid-19

Um adolescente de 12 anos da Áustria ficou por mais de 24 horas com o pênis ereto por causa de uma reação do vírus. O caso foi estudado por pesquisadores da Universidade de Viena e publicado no periódico Urology.  

O estudo avaliou a relação entre o coronavírus e quadros de microtromboses, observados desde o início da pandemia. 

O problema é chamado de priapismo e pode causar danos ao tecido peniano, levando à disfunção erétil e até necrose do membro. Ao UOL, o médico Ubirajara Barroso Júnior, coordenador de urologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e membro titular da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), explicou que o priapismo é a congestão por dificuldade de fazer o sangue retornar. “É como se ele entrasse pelas artérias e não pudesse ser escoado pelas veias". 

Segundo o médico, no caso de uma pessoa com covid, essa dificuldade para o retorno do sangue pode acontecer pois, em alguns pacientes, a doença provocada pelo coronavírus leva à formação de coágulos (trombos) na corrente sanguínea, que podem obstruir veias e artérias. 

O priapismo associado à covid-19 já foi relatado em pessoas mais velhas e com quadros graves da doença. Em um dos casos, o paciente demorou para buscar ajuda médica para tratar a ereção prolongada e ficou cinco dias internado. 

 A equipe da Universidade de Viena relaciona o caso ao fato da covid-19 poder ter gerado a ereção involuntária por favorecer o aumento da viscosidade do sangue, hipercoagulação e a possibilidade de danificar vasos. Os pesquisadores afirmam que, nesses casos, é preciso buscar auxílio médico imediatamente, pelos riscos de até necrosar o órgão.  

O priapismo associado à covid-19 já foi relatado em pessoas mais velhas e com quadros graves da doença Foto: Reprodução

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