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Look para festa de aparelhagem custa até R$500

Não importa se é final de semana ou segunda-feira. Seja na periferia ou no centro da cidade. Onde a Águia gritar, a Tribo tremer ou o Búfalo do Marajó estiver; vai ter uma multidão seguindo as aparelhagens de Belém. Os homens, de uma maneira mais despojad

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Não importa se é final de semana ou segunda-feira. Seja na periferia ou no centro da cidade. Onde a Águia gritar, a Tribo tremer ou o Búfalo do Marajó estiver; vai ter uma multidão seguindo as aparelhagens de Belém. Os homens, de uma maneira mais despojada, um estilo até mais “largado”, com quase sempre bermudas jeans. Em compensação, elas, as mulheres, vão em grande estilo. Muito brilho e salto. As festas de aparelhagem, mais que uma identidade cultural genuinamente paraense, representam um verdadeiro arauto da moda que vai das ruas para as lojas e grifes especializadas e quebram o paradigma de que o estilo deve vir das passarelas.

A noite pode ser chuvosa ou de céu limpo, e não importa se para chegar lá, elas terão que ir de ônibus, van, táxi, mototáxi ou andando. Se tiver chuva, vale até cobrir a cabeça com uma folha de papelão unicamente para não estragar a chapinha no cabelo. Em frente à sede, um telão – alguns em leds, e um banner bem iluminado – anunciam que ali será o gueto de todas as tribos do tecnomelody.

Era quase meia-noite de segunda-feira (4), quando nas caixas de som gigantescas do Badalasom tocou “O show das poderosas”, em uma casa de shows da Marambaia. Por um instante, a música pareceu ter sido escolhida a dedo para ambientar o cenário de entrada na festa.

Elas chegam assim: Se sentindo poderosas e logo na primeira pisada na calçada o olhar delas para os demais quer dizer um “pre-pa-ra” que chegou a hora da estrela principal se apresentar e em muito estilo, brilho e personalidade. Sim, a moda na festa de aparelhagem faz jus à máxima de que as mulheres se vestem para outras mulheres e não para os homens.
Com um salto de ao menos de 12 centímetros, elas meio que tentam desfilar para provocar mais impacto e chamar a atenção. Nas festas de aparelhagem, o exibicionismo egocêntrico não deve ser encarado como um defeito, algo ruim, e sim com uma qualidade que caracteriza a personalidade daquela pessoa.

Se as pernas estão de fora é porque estão usando um vestido colocado ao corpo ou um shortinho jeans. Pernas escondidas revelam uma calça jeans toda trabalhada no “strass”. Mais para cima, a barriga é sinônimo de ombro escondido. Ou então o contrário, ombros e decote em destaque, aí é a barriga que fica escondida.O rosto também está carregado de maquiagem, cuja sombra nos olhos também deve brilhar tanto quanto a roupa – que por sinal, há muito tempo é vendida em lojas específicas.

Poderosa e reluzindo, a estudante Carla Alessandra da Silva, 19, não escondia o motivo de ter ido à festa “fazer o chifrinho”. Queria se divertir e por que não, causar? Para alcançar este objetivo, calçou um salto de 18 cm. Vestiu uma meia calça, uma bermudinha jeans, com pedrinhas brilhosas no bolso. A blusa, em estilo tomara-que-caia. E na cabeça, uma tiara com um laço brilhoso.

Por mês, ela gasta de R$ 400 a R$ 500 somente com roupas e acessórios que vai usar nas festas de aparelhagem. “Estas roupas são de marca. Muitas a gente só consegue em lojas específicas, em alguns shoppings da cidade”, disse.

Entre as marcas que se destacam estão as peças da Evidenci, Absoluta, Pittbul, Lacoste, Exata, Famel, Salare e Fun House. Sendo que ela ressaltou que a Absoluta tem caído em desuso e algumas marcas novas tem ganhado espaço como Glaus e Eros.
Para Carla Alessandra, o visual brilhante – ela usava uma tiara com um laço todo em pedras de strass – está diretamente relacionado ao estilo das aparelhagens, que iluminam o ambiente com o jogo de luzes em led e garantem um efeito na roupa na qual estão vestindo.

“Se não tiver brilho e salto a pessoa não está pronta para vir a uma festa de aparelhagem. A moda é essa”, assegura.

Estilo ‘Falcão’ está aposentado

A consultora e design de moda, Karina Farias, desenvolveu um estudo sobre a moda nas festas de aparelhagem de Belém, no qual concluiu que o traje de quem frequenta estes ambientes definem uma identidade que vai além dos aspectos culturais. “Observar essas pessoas frequentadoras não é apenas analisar o seu modo de vestir, é analisar comportamento, atitude, modo de ser e de estar no mundo”, conclui.

Tal colocação se enquadra perfeitamente no perfil das meninas que a cada minuto chegam de diversas áreas da cidade.Na época da pesquisa, as mulheres frequentadoras de festas de aparelhagem já não denominavam mais por “brega” o estilo na qual se vestem para ir a uma festa de aparelhagem. O que já dava indícios para Karina perceber que elas estão muito mais atentas às tendências da moda. “Cheguei a entrevistar inclusive a cantora Gaby Amarantos que ressaltou que o estilo ‘Falcão’ foi extinto e hoje tudo é mais ‘fashion’. Acho que o brega de hoje tem sim mais glamour, mais luxo”, enfatiza.

A letra das músicas e a sensualidade da dança, nas festas de aparelhagem, acabam por influenciar na preferência por roupas coladas, coloridas e cheias de brilho entre as frequentadoras.Neste contexto, Karina conclui que a moda na festa de aparelhagem simboliza uma forma de ter a liberdade de ser quem você é, brincar e ousar.

(Diário do Pará)

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