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Grupo pernambucano veio em busca do carimbó

O grupo pernambucano Bongar, de musicalidade fortemente ligada aos grupos de matriz africana, está no Pará para sua turnê nacional “Bongar: do terreiro aos palcos”. E a vinda para o Estado não foi a toa. O grupo revela que há muito tem sonhado dialogar co

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O grupo pernambucano Bongar, de musicalidade fortemente ligada aos grupos de matriz africana, está no Pará para sua turnê nacional “Bongar: do terreiro aos palcos”. E a vinda para o Estado não foi a toa. O grupo revela que há muito tem sonhado dialogar com a música paraense, principalmente, o carimbó. As cidades de Belém e Santarém Novo irão receber até o dia 22, várias apresentações do grupo.

Guitinho da Xambá, vocalista do Bongar, explica que a turnê faz parte de um projeto aprovado por lei de incentivo cultural e que o grupo fez questão de incluir o Pará em sua turnê. “Esses grupos de expressão pernambucana, quando tem seu trabalho levado pra fora são sempre direcionados para o Sul. A gente mostrou pro Governo de Pernambuco que é fundamental dialogar com culturas com a qual a gente se identifica”.

O Bongar já fez dois shows da turnê: ontem à noite no Sesc Boulervard, e no dia 15, no Fest Ribó de Santarém Novo. “A gente ficou muito feliz e encantado com o festival em Santarém Novo, queríamos há anos esse contato com carimbó, que é uma música de identidade, assim como a nossa. A música paraense vive um momento bom de divulgação musical”, mas Guitinho declara ter suas ressalvas. “Esse momento seria muito mais feliz se o Pará o estivesse vivendo com sua música verdadeira, como Carimbó, que conta a história de suas pessoas”.

Grupo faz música baseado nas manifestações culturais pernambucanas

O Bongar foi fundado em 2001, nasceu da parceria de seis jovens descendentes da Comunidade Quilombola Xambá Portão do Gelo, em Olinda. São eles: Guitinho da Xambá (vocalista), Iran Caxinho (vocal e alfaia), Beto Black (vocal e ganzá), Nino do Bongar (vocal e abe), Memé Bongar (vocal, congas e ilú), e Thúlio (vocal e caixa).

O trabalho desses jovens sempre foi levar sua cultura pelo mundo. Em 12 anos de estrada, eles já participaram de grandes festivais, dentro e fora do Brasil, entre eles o Festival do Caribe, Festival de Folguedos do Piauí, Festival Conexões Porto e o Dia de Brasil em Barcelona. É a vez de Belém conhecer essas peculiaridades e, quem sabe, se identificar.

“A nossa música veio da Festa do Coco da Xambá, uma das diversas manifestações culturais do Estado de Pernambuco. Ela reflete essa identidade através do próprio texto poético, a evolução da dança durante as apresentações e os instrumentos. São instrumentos específicos dos terreiros de candomblé, somos apenas percussão e voz. A alfaia é o principal instrumento de percussão, ela típica de Pernambuco”, explica Guitinho.

Para o grupo, também é possível manter suas tradições e estar em sintonia com contemporâneo. Situado em Olinda, o quilombo ao qual pertencem os jovens fica muito próximo de Recife, uma das maiores metrópoles brasileiras e que vive um intenso processo de urbanização. “Somos todos jovens, temos pés dentro da universidade, mas nossa educação se deu pelos nossos avós. A gente notou que é possível dialogar”.

E Guitinho completa. “É claro que o progresso hoje vai eliminando os espaços que são fundamentais e que tem um sentido sagrado. A comunidade, por exemplo, era cercada de matas. Hoje, houve um processo urbanístico predatório que eliminou boa parte disso. Mas ainda é possível preservar as tradições”.

Pensando nessa preservação, o grupo lança no próximo ano o livro: “Velha a minha história, novo o meu olhar: centenário de nascimento de Mãe Biu (1914-2014)”.

“Ela é nossa tia-avó e ela é um expoente na cultura brasileira, porque conseguiu manter vivo no Brasil a comunidade Xambá. Foi ela que levou o governo brasileiro a reconhecer e tombar nossa área como patrimônio”, afirma Guitinho. Mãe Biu faleceu em 1993. “Ela foi capaz de realocar urbanisticamente toda uma comunidade que havia sido separada por perseguições contra sua religião. E ela conseguiu essa articulação sendo uma mulher negra, abandonada pelo marido e sem educação básica formal”.

Todas essas heranças ainda devem ser levadas pelo Bongar para muitos outros estados. Em 2014, o grupo segue sua turnê musical para o Centro-Oeste e Sul do país, com apresentações nas cidades de Goiás, Brasília, Caxias do Sul e Porto Alegre.

(Diário do Pará)

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