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Francisco Gonzalez expõe obras hiper-realistas

“Você sabe que alguém esteve ali, de passagem, porque há vestígios deixados no lugar”, comenta Francisco Gonzalez sobre as obras de sua nova mostra, “ O Lugar do Silêncio”, que será aberta hoje, na Elf Galeria. São 23 obras em acrílico sobre tela da produ

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“Você sabe que alguém esteve ali, de passagem, porque há vestígios deixados no lugar”, comenta Francisco Gonzalez sobre as obras de sua nova mostra, “ O Lugar do Silêncio”, que será aberta hoje, na Elf Galeria. São 23 obras em acrílico sobre tela da produção recente do artista, que celebra 40 anos de trabalho dando continuidade a pinturas que se identificam com o hiper-realismo e são marcadas por cenários silenciosos, esvaziados da presença humana.

Francisco Gonzalez é um artista plástico paulista que começou trabalhando com pinturas para estamparia, artes gráficas e ilustrações para livros, para só então, em 1975, começar a participar de salões de arte pelo Brasil e dedicar-se integralmente à pintura. Por Belém, ele já expõe desde a década de 1990, em coletivas e individuais, sendo esta a segunda individual que realiza pela Elf Galeria, na qual se permite uma branda expressão de realismo fantástico para criar uma
atmosfera onírica.

Para Gonzalez, o hiper-realismo é apenas uma maneira de pintar, uma técnica. “Acho que não é só isso, só um hiper-realismo. São trabalhos em que trago vários elementos que causam uma situação de estranheza. Neles, não tenho um assunto de preferência, mas um cenário recorrente. Trabalho bastante com uma paisagem de fundo, um cenário que é o que retrata melhor o título da mostra ‘um lugar de silêncio’ no qual é bem marcante essa sensação de vazio.”

Esse cenário solitário pode ainda ser reflexo dos hábitos noturnos de trabalho do artista, que prefere a madrugada silenciosa para pintar. “Na verdade, essa mostra nasce de uma sequência de trabalho, não é uma coisa nova pra mim, é algo que sai naturalmente. Eu estou lá pintando e quando vejo saiu assim, com este clima de silêncio. Se você pegar o meu trabalho de 10, 20 anos atrás, vai ver isso presente, talvez hoje só pareça um pouco mais marcante pelo conjunto da obra”, considera.

Mesmo com o hiper-realismo em alta em todo o mundo – como mostrou a exposição das esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck, na Pinacoteca de São Paulo, e as esculturas com criaturas fantásticas de Patricia Piccinini, no Centro Cultural Banco do Brasil, também em São Paulo, ambas com grande sucesso de público –, não foi em outros artistas das artes plásticas que Gonzalez se inspirou, mas na sétima arte.

“Cinema. Gosto muito de cinema, de seu lado surreal, do sonho, do fantástico. Sou muito ligado a imagens em geral e ainda tem sempre o contato com a obra de outros artistas, claro, é uma forma de identificação e de se absorverem elementos. Mas cineastas como Fellini fizeram coisas que me influenciaram mais do que outros pintores”, considera, vendo aí também algumas mudanças ao longo de sua carreira, que agora chega aos seus 40 anos.

No início, ele conta, tudo era baseado em muitas pesquisas e estreitamente ligado a questões típicas dos anos 70 no país. Foi nesse período que o artista passou a frequentar cursos livres de arte e manter contato com artistas atuantes numa forma de aprendizado e conhecimento, algo refletido nos primeiros trabalhos. “Eram obras mais agressivas, fruto de um meio político-social específico. De maneira geral, a arte no Brasil era mais discursiva, mas vejo que isso foi se apurando e muitas tendências surgiram ao longo desse caminho.”

O que não mudou foi alma de pintor que deseja o contato direto com a tinta. “Hoje temos uma intensificação da imagem, da fotografia, do vídeo. Tem muitos artistas que nunca produziram senão pelo meio digital. Mas eu sempre fui mais ligado ao artesanal, pegar pincel e papel, telas”, diz ele. Nesta nova passagem por Belém, ele espera que mais pessoas conheçam seu trabalho, mas também atualizar aqueles que já acompanham sua obra, fruto de sua intimidade com as galerias da capital paraense.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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