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Lucas Estrela: guitarra paraense com suingue

A cumbia, a lambada, o merengue, o choro, entre outros ritmos caribenhos, já eram conhecidos e tocados pelos músicos do Pará na década de 1970, quando o Mestre Vieira teve seu primeiro contato com a guitarra elétrica. No “Lambadas das Quebradas” (1978), e

A cumbia, a lambada, o merengue, o choro, entre outros ritmos caribenhos, já eram conhecidos e tocados pelos músicos do Pará na década de 1970, quando o Mestre Vieira teve seu primeiro contato com a guitarra elétrica. No “Lambadas das Quebradas” (1978), ele apresenta a fúria da guitarrada, que se tornou fenômeno e marca da música nortista, possibilitando a criação de diferentes estilos que vão do tecnobrega ao calypso. Amanhã, o músico Lucas Estrela apresenta seu primeiro disco solo, intitulado “Sal ou Moscou”, com 9 faixas de um novo estilo chamado batizado de “tecnoguitarrada”, a união do tradicional ritmo paraense com as batidas eletrônicas de tecnobrega. O show de lançamento será realizado na sala Mestre Laurentino da loja Ná Figueredo, na Gentil Bittencourt.

Produzido pelo próprio artista e finalizado no estúdio Apce, do conceituado engenheiro de som Assis Figueiredo, Lucas segue no mesmo caminho de seu ídolo e parceiro de trabalho, o paraense Pio Lobato, estudioso da guitarrada do Pará que lançou essa nova mistura em 2007 com o disco experimental “Tecnoguitarrada”.

Estrela inclui suas referências para criar um disco pop, feito para ser tocado em festas ou para combinar também como trilha sonora de um fim de semana na praia do Atalaia, em Salinas, ou na Ilha de Mosqueiro, os dois balneários homenageados no título do trabalho.

“Sal ou Moscou” começou a ser produzido no início de 2015, quando Lucas finalizava seus estudos na Escola de Música do Estado de São Paulo, produzindo um projeto de pesquisa sobre paisagens sonoras, o que desencadeou o cine-concerto “Arboreal”. A experiência chamou atenção do público e da crítica no ano passado, estreando uma exposição no Gotazkaen Estúdio e integrando a programação do 10º Festival Se Rasgum. O trabalho percorria, a partir de vídeos, a cidade de Buenos Aires, na Argentina, e outras diferentes cidades do Brasil, na missão de desenvolver músicas experimentais que traduzissem os sons desses diferentes espaços, como São Paulo, Belém, Salinas, etc.

Confira o trabalho de Lucas Estrela com sua banda instrumental Enquadro.


NOVA GERAÇÃO

Com 23 anos, Lucas Estrela é retrato dos jovens da geração “y”, imersa num mundo de tecnologia, desde o nascimento, com gente que conseguem desenvolver multitarefas, multiprojetos. O relacionamento entre o artista, uma guitarra, seu computador e toda a sua referência musical fez surgir o primeiro disco que Lucas assina sozinho.

A guitarra nasceu primeiro e o programa de computador ajudou a dar corpo completo às músicas, com batidas, baixo e demais sons feitos digitalmente. Fora algumas parcerias, como da dupla Mixtape Brothers e de Pio Lobato, todo o trabalho foi feito por ele, incluindo a finalização do disco, trabalho dividido com Assis Figueiredo.

“Esse CD é uma experimentação com os dois ritmos paraenses que a gente tanto conhece. Juntando as guitarras gravadas com as bases eletrônicas produzidas no computador, a gente tem essa mistura da tecnoguitarrada. A minha principal influência é o guitarrista e compositor Pio Lobato, então esse CD surge a partir das trocas musicais com o Pio e a vontade de experimentar os timbres e bases eletrônicas, representa minha primeira tentativa de trazer a guitarra paraense um pouco mais para esse lado eletrônico”, explica o artista.

Um novo capítulo da história criativa e pop da música paraense está sendo travado, com olhos no passado. Novos artistas se debruçam a conhecer os movimentos, estilos e trabalhos feitos para fazer uma releitura aos olhos da contemporaneidade, como “Sal ou Moscou”. Mas, para Lucas, ainda faltam representantes desse movimento. “Acredito que essa redescoberta seja uma tentativa de modernizar ou fazer uma nova leitura da música paraense. Hoje, muito se fala na música do Pará pelo Brasil. Mesmo sendo tão admirada pelos outros lugares, faltam artistas paraenses apresentando nossa música”, comenta.


TRABALHO EXPERIMENTAL

Para desenvolver o trabalho em “Arboreal”, Lucas sentiu a necessidade de criar instrumentos próprios que traduzissem as sonoridades que ambientavam as imagens do concerto. Em paralelo, o disco solo saía como o contraponto do experimental, mas exalando as batidas pop, montadas em programas de computador, com a velocidade dos solos da guitarrada.

Lucas é o responsável pelo trabalho cine concerto Arboreal.

De acordo com Lucas Estrela, “Sal ou Moscou” é um presente pra cidade de Belém e para as vivências que o Estado do Pará lhe despertaram. As músicas foram compostas para traduzir o cotidiano e os costumes da população paraense. Somente as duas faixas que introduzem o disco, “Sal ou Moscou” e “Te Abicora”, foram resgatadas de produções já existentes. A terceira faixa, “Atalaia 2000”, é uma homenagem à popular praia de Salinópolis, um dos balneários paraenses mais visitados nas férias. “Eletrocarimbó”, “Saudades de Belém” e “Esquina do Veropa” são as faixas que consagram o disco como um produto paraense.

A parceria de Pio Lobato também tem registro na música “2x2”, em que ambos assinam a composição, lançada no último disco homônimo de Pio em 2015. A mesma música fecha o disco com uma releitura produzida pela dupla de rappers ingleses Mixtape Brothers. A parceria foi fruto de uma amizade iniciada em São Paulo, que rendeu a única música cantada, com letras que falam de belezas brasileiras. O disco ainda traz uma homenagem aos tecnobregas românticos com a faixa “Brega da Babi”, completando o primeiro álbum de Lucas Estrela.

O lançamento do disco será exclusivamente digital, nas principais plataformas de músicas da internet, incluindo iTunes, Spotify e Deezer, com selo e edição da Na Music. Para marcar o dia, Lucas Entrela faz show na loja Na Figueredo tocando o repertório do disco e preparando outras surpresas. A entrada é gratuita.

SERVIÇO

Lançamento do disco "Sal ou Moscou"
Quando: sábado (20), a partir de 19h
Onde: Loja Ná Figueredo (avenida Gentil Bittencourt, 449, próximo à travessa Benjamin Constant)
Quanto: entrada gratuita, com lotação de 80 pessoas

(Gustavo Aguiar/especial para o Você)

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