A literatura infantil paraense perdeu um de seus maiores poetas. O escritor Milton Camargo morreu na manhã de ontem, aos 73 anos, após complicações provenientes de infecção urinária grave. O corpo está sendo velado na Capela Max Domini, no bairro do Guamá, e será cremado às 15h de hoje.
Nascido em Santos (SP), em 1943, Milton morava em Belém desde 1977, quando casou-se com a pianista e professora paraense Luiza Maia da Silva Vaz de Camargo. Unido pelo amor e pela arte, o casal se declarava apaixonado e dividiu por longos anos os mais diversos versos escritos pelo poeta.
Para Luiza, o preferido é também um dos mais simples e delicado, intitulado “Duas Palavras”, que está no livro que Milton escreveu para a esposa: “Se não fosse a imensa preguiça que me domina/ eu te escreveria um longo poema./ Mas eu não vou dizer em mil palavras/ o que posso dizer em apenas duas:/ te amo”.
Milton reúne uma extensa bibliografia. O primeiro livro de poesia, “O Caminho do Cais”, foi escrito em 1971. Mas foi um ano depois que o escritor passou a encantar as crianças com a publicação de “Os Elefantes Trapalhões”.
Em 1989, recebeu o Prêmio Monteiro Lobato, da Academia Brasileira de Letras, concedido a seu livro “A Zebra Branca”. Em 1995, recebeu o Prêmio Vespasiano Ramos, da Academia Paraense de Letras, pelo livro de poesia “Estações”. Entre os clássicos do escritor consta, ainda, a obra “A Centopeia e os Seus Sapatinhos”.
O falecimento de Milton Camargo surpreendeu a amigos e familiares. O escritor ficou doente há menos de um mês e devido à piora no estado de saúde, precisou ficar internado nas últimas duas semanas. O afilhado, Diego Batista, define Milton como um homem carinhoso e apaixonado pela arte e pela esposa. “Foi o pai que eu nunca tive, que amava viver e que nutria a todos com muito carinho”, lamentou.
Nas redes sociais, diversas pessoas lamentaram a perda do escritor. “Milton esteve na Feira Literária do Pará do ano passado, comungando poema em prosa na poesia da vida, com sua Luiza, com todos, ele agora, na vida eterna com a poesia. Abraço abraçado”, escreveu o escritor Salomão Laredo. A galerista Lucinha Chaves, da Elf, foi aluna de Milton e também postou uma mensagem. “Milton Camargo foi uma pessoa linda, que amou uma mulher linda. Um amor escrito nas estrelas”.
(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)
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