A tireoide é uma glândula que produz hormônios essenciais para o bom funcionamento do organismo e pode ser acometida por doenças que interferem no crescimento e desenvolvimento de crianças, além de afetar o metabolismo e as funções de vários órgãos, o peso, o humor, a memória, o ciclo menstrual e a fertilidade.
E, hoje, 25 de maio, quando é celebrado o Dia Internacional da Tireoide, o Hospital Ophir Loyola alerta sobre os sintomas e diagnóstico precoce do câncer de tireoide, um tumor mais incidente entre os 40 e 60 e predominante entre as mulheres.
Os dados do Instituto Nacional do Câncer apontam uma estimativa de 2.310 casos novos em homens e de 11.950 em mulheres em 2021. Os valores correspondem a um risco estimado de 2,17 casos novos a cada 100 mil homens e 11,15 para cada 100 mil mulheres. Na Região Norte, é o nono tipo de câncer mais frequente no sexo feminino, com uma taxa estimada de 2,84 casos a cada 100 mil mulheres. No Pará, são estimados 120 casos novos, dos quais 100 casos devem acometer o sexo feminino. A taxa estimada é de 2,30 casos novos a cada 100 mil mulheres.
A especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital Ophir Loyola, Deise Nunes, explica que a glândula pode aumentar de tamanho devido a processos inflamatórios, dando origem à formação de nódulos e cistos, benignos ou malignos. Segundo ela, os sintomas variam desde episódios assintomáticos a dores intensas no local.
“É preciso ficar atento para nódulos ou inchaço no pescoço, às vezes crescendo rapidamente. Também pode ser um sinal a presença de dor na parte anterior do pescoço, irradiando para a região dos ouvidos, rouquidão ou outras alterações na voz que não desaparecem, dificuldade para engolir, problemas respiratórios e tosse constante”, alerta.
Ao perceber algum sintoma, a recomendação é procurar um médico endocrinologista que solicitará exame de sangue e outros, para confirmar ou não o diagnóstico de tumor maligno e receber tratamento adequado, dependendo do caso. Para fechar o diagnóstico, o médico irá fazer o exame físico, analisar a história clínica do paciente e solicitar a ultrassonografia do pescoço, contudo o câncer só é confirmado com a punção (biópsia).
"Na maioria das vezes, o nódulo é um achado nos exames, por isso orientamos que seja realizada a investigação de rotina e que as pessoas façam a manutenção de uma tireóide saudável com a prática de atividades físicas regulares e uma alimentação balanceada, rica em iodo, e procurem um médico regularmente", acrescentou a cirurgiã de cabeça e pescoço.
Caso o câncer seja confirmado, o paciente deverá ser referenciado pela Unidade Básica de Saúde ou Secretaria Municipal do município de origem para uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia ou para o Centro de Alta Complexidade em Oncologia via sistema de regulação. Em Belém, 123 pacientes são assistidos no Hospital Ophir Loyola (Cacon) com neoplasia maligna na tireoide.
O tratamento é cirúrgico para a retirada de toda a glândula e os linfonodos que estiverem ao redor, o chamado esvaziamento cervical. Após o procedimento, o paciente passa por iodoterapia, onde o médico utiliza o iodo radioativo para a destruição do tecido tireoidiano. “O prognóstico do câncer de tireoide é muito bom, tem uma sobrevida de mais de 90% por longos anos, ou seja, com o diagnóstico precoce, tratamento adequado, a chance de cura é muito elevada", garantiu Deise.
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