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CENÁRIO DIFÍCIL

Biólogo do Museu Goeldi premiado vai embora do Brasil

O pesquisador Pedro Peloso recebeu uma proposta de uma universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Pesquisas na Amazônia devem continuar, mas ele fala da situação difícil que o Brasil passa para quem trabalha com a Ciência.

Imagem ilustrativa da notícia Biólogo do Museu Goeldi premiado vai embora do Brasil camera Pedro Peloso tem mais de 30 espécies de anfíbios e lagartos registradas e já publicou mais de 40 artigos em revistas científicas internacionais. | Divulgação
O biólogo e pesquisador Pedro Peloso do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), ganhador do prêmio “Individual Award in Field Biology”, concedido pela Maxwell/Hanrahan Foundation, vai se mudar para os Estados Unidos ano que vem a convite de uma universidade na Califórnia. Ele continuará com as pesquisas sobre a biodiversidade da Amazônia, porém, a partir de uma instituição estrangeira. “A Amazônia é enorme e diversos locais ainda são completamente desconhecidos quanto à sua biodiversidade. Quase toda expedição para lugares remotos acaba revelando coisas novas, sejam espécies desconhecidas ou detalhes da vida dos animais e plantas que ninguém havia observado antes”, exalta sobre a região.

Pesou sobre a decisão do pesquisador, o atual cenário que o Brasil enfrenta em relação aos incentivos a pesquisas científicas. “Acontece que para fazer essas descobertas é preciso realizar as expedições e, para isso, é necessário dinheiro e pessoas capacitadas. O Brasil, hoje, vai na contramão desse caminho, com cortes de verbas para pesquisa e bolsas de estudo, o que diminui os incentivos para que novos alunos se interessem por esse tipo de carreira”, destaca.

Pedro Peloso em pesquisa de campo
📷 Pedro Peloso em pesquisa de campo |Daniel Venturini

Quanto a premiação, disse que recebeu com surpresa e que isso o incentivará a se dedicando à pesquisa científica. “As indicações são anônimas e eu nem sabia que estava concorrendo. Quando recebi a ligação da Fundação e a notícia fiquei até sem reação, sem palavras. Sem dúvida que esse prêmio é um incentivo para continuar me dedicando, junto com meus colaboradores e alunos, ainda mais ao estudo dos animais nas florestas tropicais do mundo”, frisa Peloso.

Sem o Museu Nacional, Museu Goeldi é o mais antigo do país e enfrentou falta de verba

Questionado sobre a mudança para os Estados Unidos, o biólogo reforça que, embora ele esteja em outro endereço, trabalhando em outra instituição, não vai se desligar do Brasil e nem abrir mão de conhecer o universo chamado ‘Amazônia’. A ida para Califórnia é mais por uma questão de ter tido valorizado o trabalho que desenvolve enquanto pesquisador. “O Brasil vive um de seus piores momentos das últimas décadas quando o assunto é pesquisa. Não me lembro, desde que entrei na faculdade de ciências biológicas (em 2003), de o país ter vivido um momento tão ruim. A política atual é de completo descaso com pesquisa e isso desestimula bastante”, desabafa.

Natural de Brasília, Pedro é bolsista do Programa de Capacitação Institucional do MPEG e desde 2015 é professor na Universidade Federal do Pará. É o primeiro brasileiro a vencer o prêmio “Individual Award in Field Biology”. Em seu currículo, o biólogo tem descrito mais de 30 espécies de anfíbios e lagartos, a maioria na região amazônica, e mais de 40 artigos científicos em revistas internacionais. O pesquisador também possui um vasto trabalho enquanto fotografo da natureza selvagem.

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