A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta sexta-feira (quinta, 16, no Brasil) que todos os países invistam mais em saúde mental, afirmando que "o sofrimento é enorme" e que ele aumentou com a pandemia de coronavírus.
Mesmo antes da Covid-19, quase 1 bilhão de pessoas viviam com um transtorno mental, apontou a agência da ONU em um relatório sobre a situação da saúde mental global.
Somente no primeiro ano da pandemia, as taxas de depressão e ansiedade subiram 25%, em um momento em que os escassos recursos de saúde estavam focados no combate ao vírus.
Apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde e menos de 1% de toda a ajuda internacional são dedicados à saúde mental, destacou o relatório da OMS.
"Todos esses números são muito, muito baixos", declarou Mark Van Ommeren, da divisão de saúde mental da organização, em coletiva de imprensa.
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Van Ommeren observou que nunca houve tanto interesse em saúde mental, porém, o investimento não aumentou.
Ele enfatizou que, segundo o relatório, em todo o mundo "o sofrimento é enorme". Uma em cada oito pessoas vive com uma doença mental, aponta o documento. Realidade que é agravada em zonas de conflito, onde a proporção é de uma em cada cinco.
Van Ommeren ressaltou que pessoas que já sofriam de problemas de saúde mental foram afetadas com mais força pela Covid e pelas restrições para conter a pandemia.
O "Relatório Mundial sobre Saúde Mental" também destaca as desigualdades no acesso a cuidados. Em países de alta renda, mais de 70% das pessoas com psicose recebem tratamento, contra 12% em países de baixa renda, disse o funcionário da OMS.
O relatório pede ainda o fim dos estigmas associados aos transtornos mentais, apontando que existem 20 países em que a tentativa de suicídio é criminalizada.
Também afirma que, embora uma em cada 20 tentativas de suicídio termine em morte, ainda é a causa de mais de uma em cada 100 mortes em todo o mundo.
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