O município de Canaã dos Carajás comemora na próxima terça-feira (5), 27 anos de emancipação político-administrativa. É um dos municípios mais jovens do Pará, desmembrado do município de Parauapebas, ganhando autonomia político-administrativa. Com uma população de quase 50 mil habitantes e distante cerca de 765 quilômetros da capital Belém, Canaã é um dos municípios brasileiros que mais se desenvolvem no Brasil, principalmente por conta da exploração mineral; é lá que se encontra o maior projeto mineral do mundo, o S11D.
A implantação da mina e usina, em plena região amazônica, representou um dos maiores desafios de construção da década. Em três anos, foram investidos US$ 6,4 bilhões para viabilizar o que há de mais moderno em tecnologia e conservação ambiental em uma área até então desprovida de estradas e energia elétrica. Entre as soluções inovadoras do empreendimento estão a modularização, o sistema truckless (operação sem caminhão fora de estrada) e o beneficiamento do minério à umidade natural.
É o oitavo Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Pará, com R$ 3.491.231 e atualmente é gerida pela prefeita Josemira Gadelha (MDB)
O Município de Canaã dos Carajás nasceu a partir da criação de um assentamento agrícola no Estado. O Projeto de Assentamento Carajás, localizado na região sudeste do estado, foi implantado em 1982, pelo Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantins (Getat), do Governo Federal.
O objetivo era atenuar os conflitos pela posse da terra na região, principalmente na área conhecida como Bico do Papagaio, no norte do Estado do Tocantins. Ao longo de três anos, 1.551 famílias foram assentadas na área, que ficou conhecida como Centro de Desenvolvimento Regional (Cedere).
Até 1985, 816 famílias haviam recebido o título definitivo de terra. Porém, naquele mesmo ano, as atividades de assentamento dos sem-terra terminaram e o Getat foi extinto. Só em outubro de 1994, através da Lei Estadual 5.860, o Cedere foi desmembrado de Parauapebas e tornou-se município – o de Canaã dos Carajás.
A escolha do nome é resultado da grande quantidade de evangélicos que moravam na cidade. O nome “Canaã” tem origem histórica e corresponde ao atual Estado de Israel, no Oriente Médio. Segundo a Bíblia Sagrada, Canaã era neto de Noé, que repovoou a região após o “dilúvio”. Tempos depois, a terra foi prometida por Deus a Abraão e sua descendência. Canaã é descrita nos livros de “Daniel” e “Êxodo” como “terra que emana leite e mel” e “Genesis” afirma, sobre os recursos minerais disponíveis na região como: “ouro”, “cobre” e “níquel”.
O último nome, “Carajás”, relaciona-se com o principal acidente geográfico e geológico do município (e da região sudeste do Pará), a Serra dos Carajás. A região é conhecida mundialmente pelas minas de ouro, ferro e manganês. Anteriormente à colonização, esse território era povoado pelos povos Karajá e Kaiapó.
Embora o projeto tenha sido abandonado sem sua conclusão, a localidade experimentou um relativo crescimento, pois contou com a forte demanda por alimentos vinda de localidades como Parauapebas e Marabá. Tal prosperidade vinda da agricultura atraiu novos colonos para a comunidade do CEDERE.
ECONOMIA
Na década de 90, Canaã dos Carajás tinha uma formação basicamente agropecuária. Sua economia girava em torno da cultura do arroz, milho, feijão e na cadeia do leite e do gado de corte.
No fim do milênio, com a descoberta de jazidas minerais de cobre, níquel e ferro no município, Canaã dos Carajás começou a receber trabalhadores para implantação de minas e usinas de beneficiamento e processamento do minério. Explorando o cobre, a mina de Sossego foi a primeira a ser construída, com início de suas operações em 2003.
Com a incorporação da atividade de mineração ao município, a população de Canaã, subiu de 10.922 em 2000 para 31.062 em 2013 conforme dados do IBGE. Hoje, a população do município é estimada em cerca de 50 mil habitantes.
O comércio de Canaã não tem grande representatividade regional, mas localmente é uma atividade que traz relativo benefício ao município, pois contribui na circulação da renda na própria localidade.
COMEMORAÇÃO
A tradicional Feira de Negócios de Canaã dos Carajás (Fenecan) abre oficialmente neste sábado, dia 02, com programação online. Outubro também traz programação especial do aniversário da cidade que celebra 27 anos de emancipação na próxima terça-feira, dia 5 de outubro. Os eventos vão movimentar Canaã até o fim do ano, com lives na página do Facebook da Prefeitura e eventos presenciais.
Entre as atrações estão o show de Xand Avião; a cantora gospel Damares e o padre Alessandro Campos, que é apresentador e cantor.
Ainda no sábado, haverá um evento presencial na Praça da Bíblia no bairro Novo Horizonte com os comediantes Nilton Pinto e Tom Carvalho, às 20h. No domingo (03), acontece a live da etapa classificatória do Quiz Especial de Aniversario da Cidade, às 19h, na página do Facebook da Prefeitura de Canaã.
Em evento presencial, na segunda-feira (4), acontece a inauguração do asfalto da VS-52. Logo mais, às 19h30, tem a live com as finais do Quiz Especial de Aniversario da Cidade. No bairro Ouro Preto, tem show Pirotécnico às 23h30 e, na virada do aniversário da cidade, às 23h59, acontece o show de Xand Avião.
No dia do aniversário de Canaã, dia 5, tem parabéns e corte de bolo de 27 metros com programação nas zonas urbana e rural.
Para eventos presenciais será exigido o Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 via aplicativo, comprovando vacinação em primeira ou segunda dose. O documento pode ser obtido pelo aplicativo do ConecteSus, do Governo Federal. O Certificado descreve a vacinação em primeira ou em segunda dose.
O QUE É O PROJETO S11D
O Complexo S11D Eliezer Batista, inaugurado pela Vale em 2016, representa um marco na indústria da mineração de minério de ferro. O empreendimento está localizado no município de Canaã dos Carajás, sudeste do Pará. A implantação da mina e usina, em plena região amazônica, representou um dos maiores desafios de construção da década. Em três anos, foram investidos US$ 6,4 bilhões para viabilizar o que há de mais moderno em tecnologia e conservação ambiental em uma área até então desprovida de estradas e energia elétrica.
A mina do S11D está localizada no alto da serra, a 400 metros acima da usina. São quatro sistemas de escavadeiras e britadores móveis que operam simultaneamente na lavra do minério. Depois de britado (quebrado em partes menores), o material é transportado por correias até uma casa de transferência, onde o minério de ferro, a canga e o estéril são separados e direcionados para a usina de processamento ou para o empilhamento.
O minério é enviado à usina por meio do Transportador de Correia e Longa Distância (TCLD), que tem mais de nove quilômetros de comprimento até chegar à usina. Nesta etapa, o minério é classificado em sinter feed (minério com menor granulometria, mais fino) e em pellet feed (maior granulometria, mais grosso), de acordo com a demanda do mercado. Após passar pela usina de classificação, o minério segue para o pátio de estocagem, pátio de produto e, em seguida, para o silo de carregamento de vagões. (Ascom Vale).
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