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PREOCUPANTE

Marabá tem 75 partos de mães com idade entre 10 e 14 anos  

Partos foram realizados no Hospital Materno Infantil de Marabá em 2020

Imagem ilustrativa da notícia Marabá tem 75 partos de mães com idade entre 10 e 14 anos   camera Gestação nessa fase da vida pode resultar em diversas consequências tanto para a mãe, quanto para o bebê | Reprodução

A gravidez precoce é um problema de saúde pública que vem aumentando a cada dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera precoce sempre que a menina engravida antes dos 19 anos, sendo que a maioria dos casos acontece entre os 15 e 19 anos.

A gestação nessa fase da vida pode resultar em diversas consequências tanto para a mãe, quanto para o bebê.

Dados do Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI) apontam que em 2020 foram realizados 1.606 partos com mães entre 15 e 19 anos. O mais alarmante, entretanto, é que outros 75 partos foram de mães entre 10 e 14 anos. A maternidade atende não só Marabá, mas a região sudeste do estado.

Em 2021, de janeiro à maio foram 480 partos de adolescentes de 15 à 19 anos e 24 partos em crianças de 10 à 14 anos. Uma delas foi uma adolescente de 17 anos que faz parte dessa estatística e conversou com a nossa equipe de reportagem.

Ela engravidou aos 16 anos e teve que largar tudo que amava fazer para cuidar do bebê. “Eu tinha pessoas que estavam sempre ao meu lado e quando souberam que eu estava grávida, disseram que não queriam mais amizade comigo, porque eu era má influência”, conta a jovem emocionada.

CASAMENTO

Muitas mulheres que engravidam precocemente foram atendidas pela Fundação ParáPaz, órgão do Governo do Estado, localizado no Bairro Amapá, no Núcleo Cidade Nova, responsável pelas políticas públicas voltadas à infância, adolescência e juventude e as pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Em 2021, foram 117 casos atendidos pelo órgão, entre crianças e adolescentes. A maioria de meninas “casadas” com homens maiores de idade, o chamado casamento naturalizado, que a família da adolescente aceita por dificuldades financeiras. Destes 117, 68 são considerados abusos sexuais por conta de elas terem abaixo de 14 anos.

A coordenadora do ParáPaz, Tábata Veloso, explica que por conta da pandemia a procura diminuiu na delegacia de casos assim, mas que isso não quer dizer que houve redução de casamento naturalizado. “O crime continua acontecendo, tanto é que a gente vê os números alarmantes, mas não está chegando até nós”, afirma.

O conselheiro tutelar José Maria Júnior também reforça que ter relação sexual com uma adolescente abaixo dos 13 anos, independente do desejo, de declarar que foi ela que quis é crime de estupro de vulnerável. “O homem vai responder judicialmente, sendo ele, adolescente ou adulto”, afirma.

Quem também fala do problema da gravidez na adolescência é o coordenador do Programa Criança Félix, Luiz Silva. “Uma criança de 14 anos grávida não é normal, essa criança que tem inúmeras possibilidades, uma gestação vai tirar essas possibilidades dela”, afirma.

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