Foi aprovada nesta terça-feira (31), a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os projetos Salobo e a Mineração Buritirama, os dois principais projetos de mineração de Marabá , no sudeste do Pará. A votação foi unanime pelos 21 vereadores da Câmara de Vereadores do município.
O vereador Ilker Moraes (MDB) afirma que o objetivo da CPI é investigar principalmente essa exploração mineral no que tange a responsabilidade socioambiental dessas empresas com o município de Marabá e principalmente com as localidades em torno desse projeto.
“A gente sabe que algumas licenças ambientais da Buritirama perdeu o seu prazo e o Governo do Estado só irá renovar se tiver uma condicionante para realização de afasto, por exemplo, na estrada do Rio Preto”, afirma o vereador, acrescentando que concorda com esse posicionamento e essa CPI irá aprofundar sobre isso.
Ilker ressaltou que a CPI será um processo administrativo que vai dar muito trabalho para seus membros, mas que os parlamentares estão preparados para isto. “Vamos atrás, principalmente, do cumprimento das condicionantes socioambientais”, apontou.
Na estrada do Rio Preto, recorda Moraes, a Buritirama deu 100 tablets para alunos da zona rural recentemente. “Não é nada, porque não serve nem para enganar as crianças. Precisamos de mais. É uma ação pífia, que querem fazer crer que é algo grande. Não precisamos só de carro para molhar as ruas e diminuir a poeira, mas chegar um pouco mais longe. A CPI precisa agir para denunciar e cobrar benefícios para a comunidade”, ressalta.
O presidente Pedrinho Corrêa lembrou sobre criação da Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá e como ela tem contribuído na cobrança dos direitos e diminuir a discriminação que as empresas privadas têm em relação a Marabá. “As empresas que exploram o subsolo precisam entender que o município necessita de muito mais. Será que acham que esquecemos da Alpa, um projeto prometido e nunca colocado em prática? Depois veio a promessa da laminadora, mas até agora nada. Depois veio a segunda ponte, mas até agora nada. O projeto Tecnored só é de interesse da Vale”, alfinetou.
Para Pedrinho Corrêa, a comissão é importante para mudar o paradigma na relação com as empresas privadas. Não aceitamos mais que a Vale nos leve para os lugares em vans, nos dê comidinha e passe a mão na nossa cabeça. Temos condições de pagar o que nos ofereciam antes. A relação agora não é de dependência”, avisou.
O presidente da CMM recorda que membros da Comissão foram recentemente à Brasília, onde falaram à Vale o que Marabá esperava da empresa. “E foi lá que recebemos informação de que a Vale vai construir a Ferrovia do Pará. Depois, descobrimos que a ferrovia não passará mais por Marabá. Ficamos indignadas com a omissão dessa informação por parte da empresa”, criticou.
Nos próximos dias, os partidos indicarão os vereadores que vão compor os cinco cargos da Comissão Parlamentar de Inquérito, porque a Constituição determina que sejam observados, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária. Em seguida, o presidente emite uma Portaria nomeando os membros indicados. Após isso, estes vão escolher presidente, relator e secretário.
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