Graças ao avanço tecnológico e ao conhecimento na área da medicina, muitos bebês que antigamente nasciam antes do tempo e morriam, hoje estão sobrevivendo. Mesmo com um desenvolvimento dentro do esperado, as crianças prematuras necessitam de um olhar mais atento.
Com foco no desenvolvimento saudável de crianças prematuras, os alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Marabá, elaboraram o projeto de pesquisa Influência de Fatores de Risco e Qualidade de Interação Mãe-Bebê no Desenvolvimento Prematuro.
O estudo ocorreu de 2018 a 2020 e analisou o desenvolvimento de prematuros durante o primeiro ano de vida. Participaram da pesquisa oito mães com seus filhos, nascidos entre 36 e 37 semanas, com peso de aproximadamente 2,5 kg.
Os recém-nascidos que integraram a pesquisa, estavam internados na unidade de cuidados intermediários neonatal (UCIN) do Hospital Materno Infantil (HMI), de Marabá. Os bebês foram selecionados antes de receberem alta hospitalar.
De acordo com a professora Ivete Caldas, que é também coordenadora do Laboratório de Desenvolvimento Infantil (Ladin), ainda no hospital, as mães foram informadas sobre o objetivo da pesquisa e o cronograma de sessões, ao longo do primeiro ano de vida das crianças, só foi implementado após as mães assinarem um termo de concordância, como é de praxe em pesquisas acadêmicas.
TESTE DE DENVER
Os pesquisadores informaram que o primeiro passo para a seleção das crianças, foi a coleta de dados por meio da ficha clínica e socioeconômica, que fornece dados de identificação da mãe, do cônjuge e do neném. A equipe implementou o Teste de Denver, uma escala utilizada por profissionais de saúde, para avaliar e identificar crianças entre 0 e 6 anos de idade, com risco para atraso no desenvolvimento (ADNPM).
"O teste baseia-se principalmente na observação da execução dos itens, e no relato dos pais, comparando o desempenho de uma determinada criança com o desempenho de outras crianças da mesma idade", explicam os especialistas.
RESULTADOS
Os resultados da pesquisa reforçam que o nascimento prematuro é o principal fator de risco para problemas neurocomportamentais, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com base nos dados levantados, a pesquisa também concluiu que, as mães mais velhas investem mais nos filhos em comparação com as mais jovens e que aquelas com mais capacidade de responder de forma rápida e adequada ao que lhes era perguntado, poderiam influenciar no desenvolvimento sociocomunicativo e motor dos prematuros, melhorando o processo de interação mãe-bebê.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar