Os vendedores de peixes de Marabá já começam a sentir os efeitos da repercussão da notícia de que 3 casos suspeitos da doença da urina preta foram notificados nos últimos dias. A doença conhecida como síndrome de Haff, a popular "Urina Preta", tem causado preocupação após casos serem registrados no vizinho Amazonas e no oeste paraense, chegando a causar uma morte em Santarém e um caso suspeito em Trairão. Agora, o alerta chegou também a capital paraense.
Apesar de nenhum caso ter sido suspeito ou confirmado em Marabá ou na região de Carajás a procura pelo pescado diminuiu bastante neste domingo (12).
O comerciante Edson Araújo, que vende peixe há pelo menos 30 anos na feira da Folha 28 reclama que as vendas foram prejudicadas em pelo menos 90%, mesmo baixando o preço. "Quando o freguês chega aqui vai logo dizendo que não quer o Tambaqui e isso nos causa um prejuízo horrível", reclama. "Olha nossa situação, estamos pedindo socorro, olha a situação, 90% das nossas vendas acabaram", desabafou.
Edson ainda diz que além de afetar a venda do Tambaqui, que é um dos suspeitos da doença, afeta também a venda de outros pescados.
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Edmilson Alves de Souza, que já trabalha com a venda de peixes há pelo menos 15 anos também está muito preocupado com a baixa procura do pescado. "Afetou e muito a venda do Tambaqui, mas sabemos que os casos confirmados não são aqui em Marabá e sim pro Amazonas", declarou. "Pelo menos a venda dos outros peixes, deu uma 'caídazinha', mas a gente ainda vende", declarou. "Mas afetou sim, hoje dia de feira lotada, não tem quase ninguém", reclamou.
O QUE É?
A Síndrome de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão). Quando o peixe ou crustáceo não é armazenado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor. Ao ingerir o alimento, mesmo cozido, a substância provoca a destruição das fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro dessas fibras no sangue, ocasionando danos no sistema muscular e em órgãos como os rins.
SINTOMAS
Rigidez e dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café são alguns dos sintomas da doença que costumam aparecer entre 2h e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos. A hidratação é fundamental nas horas seguintes ao aparecimento desses sintomas.
A principal forma de prevenção é não consumir pescados ou crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais com garantia de segurança. Em caso de aparecimento dos sintomas, após o consumo de peixes ou crustáceos, procurar imediatamente uma unidade de saúde. (Com informações de James Oliveira, da RBATV)
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