Foi confirmado nesta quarta-feira (1) o terceiro caso de paciente com a variante Ômicron no Brasil. O homem de 29 anos vindo da Etiópia desembarcou em Guarulhos, sem sintomas, mas fez o teste que deu positivo para covid-19 no último sábado (27). O homem havia sido vacinado com as duas doses do imunizante da Pfizer.
A amostra deste terceiro caso foi sequenciada geneticamente pelo Instituto Adolfo Lutz.
Além dele, outros dois pacientes, um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul, tiveram a confirmação da presença da variante Ômicron. A verificação foi feita pelo Adolfo Lutz na tarde de ontem, após sequenciamento genético feito pelo laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein.
O casal havia sido vacinado com o imunizante da Janssen na África do Sul, de acordo com informações atualizadas nesta quarta-feira (1º) pela vigilância municipal de São Paulo.
É LETAL?
Faz exatamente uma semana que o mundo foi informado sobre o surgimento de uma variante do coronavírus potencialmente mais transmissível, a Ômicron. Identificada na África do Sul, a cepa já está presente em pelo menos 18 países, incluindo o Brasil.
Apesar de ter sido classificada como uma variante de preocupação pela OMS (Organização Mundial da Saúde) por ter um conjunto de mutações nunca antes observadas, não há indicativos até o momento de que a nova cepa seja mais letal.
A Ômicron já foi detectada em todos os continentes, mas não há até o momento confirmação de mortes associadas à nova variante.
O cenário é um pouco diferente do ocorrido na Índia no começo do ano, quando a variante Delta provocou uma explosão de casos e mortes, ainda antes do início da vacinação em massa.
Na África do Sul, 76% dos novos casos de Covid-19 já são causados pela variante Ômicron. No entanto, o aumento de infecções não tem se refletido em crescimento significativo de internações e óbitos.
O boletim de terça-feira (30) do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis do país apontava apenas 21 mortes por Covid-19 em 24 horas e 119 hospitalizações.
Veja também:
Vídeo: Marabá atinge 100% de ocupação de leitos de UTI
Leitos de enfermaria estão quase 100% ocupados no HMM
Vacinação reiniciou nesta terça-feira (30) em Marabá
Pesquisadores tentam entender se o vírus causador da Covid-19 tende a seguir o mesmo caminho do H1N1, que tinha uma agressividade maior quando surgiu e hoje causa sintomas muito semelhantes aos de outros vírus influenza, e com uma mortalidade menor.
Em entrevista recente ao jornal sul-africano Daily Maverick, o professor Salim Abdool Karim, diretor do Centro para o Programa de Pesquisa da Aids na África do Sul, ressaltou que "não há bandeiras vermelhas" que mostrem que a Ômicron provoque casos mais graves do que outras cepas, como a Delta, que já é dominante no mundo.
O professor salientou que na província de Gauteng, onde fica a capital do país, Pretória, houve um aumento significativo do número de novos casos no momento em que foi identificada a cepa Ômicron.
Todavia, 87% das novas internações por Covid-19, independentemente da variante, em hospitais daquela localidade eram de pessoas não vacinadas. A África do Sul tem apenas 24% da população completamente imunizada.
Nesta terça-feira, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que neste momento há "mais perguntas do que respostas sobre o efeito do Ômicron na transmissão, gravidade da doença e eficácia dos testes, terapêuticas e vacinas".
A OMS, em conjunto com desenvolvedores de vacinas, aguarda resultados de testes que vão mostrar nas próximas semanas se a variante é capaz de escapar da imunidade conferida pelos imunizantes usados hoje no mundo. (Agência Brasil com informações de R7)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar