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HIDROPONIA

Marabá dá pontapé inicial no uso de alternativas para hortas

O cultivo de hortaliças pode se tornar mais sustentável com uma tecnologia inovadora que a Emater vem experimentando e observando em Marabá

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Imagem ilustrativa da notícia Marabá dá pontapé inicial no uso de alternativas para hortas camera A hidroponia é caracterizada pelo cultivo de plantas e hortaliças sem a necessidade de terra. | Reprodução

Uma tradição brasileira e, sobretudo amazônica, o cultivo de hortaliças pode se tornar mais sustentável com uma tecnologia inovadora que a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) vem experimentando e observando em Marabá, na região do Carajás: a hidroponia em areia, um método de plantio na água com o suporte de blocos de areia.

O case da Horta Tocantins, no bairro Belo Horizonte, de propriedade de Gabriel Coutinho, de 51 anos, é o primeiro atendimento oficial da atividade no município e deve se tornar vitrine para outros agricultores familiares interessados. O produtor iniciou o processo por conta própria há um ano e a partir de alguns meses passou a ser orientado pela equipe da Emater, para aperfeiçoar e expandir o sistema.

O objetivo da Emater é fortalecer a cadeia produtiva de hortaliças agroecológicas
📷 O objetivo da Emater é fortalecer a cadeia produtiva de hortaliças agroecológicas |Divulgação

Na atualidade, a Emater em Marabá atende com constância cerca de 15 famílias horticultoras. Como a região é polo de pecuária mista, o cultivo de hortaliças vigora como viés de segurança alimentar, complemento de renda e diversificação de aproveitamento de área.

Tecnologia

Comparativamente ao plantio convencional, direto no solo, a Hidroponia em Areia reduz custos, economiza água e permite maior controle de microrganismos no combate a pragas e doenças, além de sua estruturação suspensa, em média na altura do peitoral humano, dispor uma ergonomia que exige menos esforço físico do agricultor, que já não precisa se agachar.

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De acordo com o profissional responsável pelo Projeto, o técnico em agropecuária e engenheiro agrônomo Antônio Edielson de Mello, do escritório regional da Emater, existem também vantagens sobre a hidroponia comum, pela qual a água enriquecida de nutrientes transita dentro de canos pvc: a nova estratégia diminui em até dez vezes diárias a necessidade de acionamento da bomba, um ponto considerável de consumo de energia-elétrica, haja vista a umidificação da areia pela solução nutritiva funcionar como reservatório.

“Fora que a própria implantação faz sentido mais ecológico, porque reciclamos materiais de atividades rurais típicas, como telhas e resíduos de madeira, e investimos em uma ferramenta natural, areia, em vez de encanamento industrial”, explica.

O plantio agroecológico de alface, cebolinha, cheiro-verde e couve era no solo e aos poucos foi sendo convertido para Hidroponia em Areia
📷 O plantio agroecológico de alface, cebolinha, cheiro-verde e couve era no solo e aos poucos foi sendo convertido para Hidroponia em Areia |Reprodução

O especialista diz, ainda, que objetivo da Emater é fortalecer a cadeia produtiva de hortaliças agroecológicas a fim de, em médio e longo prazos, aumentar o percentual de lucro das famílias e abastecer a merenda escolar, inclusive com o benefício de linhas de crédito, tais quais a Mais Alimentos, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

História de Sucesso

A Horta Tocantins é um espaço de 10 mil m² com dezoito canteiros de plantio hidropônico em areia, cada um de 47m de comprimento e dois metros de largura, e três canteiros de viveiros, cada um com 45m de comprimento e um metro e meio de largura.

O plantio agroecológico de alface, cebolinha, cheiro-verde e couve era no solo e aos poucos foi sendo convertido para Hidroponia em Areia. A expectativa é de que só de alface possam ser colhidos por mês 20 pés por m². Os canteiros devem começar a ser inaugurados esta semana, para abastecimento próprio de mudas com garantia de sanidade, e no futuro para venda para pequenos produtores dos entornos.

“Estamos falando de uma área limpa, já instalada, de mais ou menos 1.692 m² de plantação limpa, ergonômica, mais barata e previsível, com mão-de-obra menor e economia de água. São em média 30 dias para colher. Por exemplo, se fossem todos os canteiros de alface com comercialização fechada, estimamos um faturamento de mais de R$ 80 mil”, calcula o produtor Gabriel Coutinho.

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