Evitar o consumo da carne vermelha e do frango é prática reservada para dois dias do período conhecido como semana santa: a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira da Paixão. Nestes dias, é comum que o peixe seja escolhido como substituição. Em Marabá, no sudeste do Pará, essa tradição se mantém e os açougues fecharam as portas, enquanto as peixarias viram o número de clientes disparar.
O produto mais procurado – e também mais barato – é o tambaqui, peixe que se popularizou com os criatórios em fazendas, sítios e chácaras da região. O tucunaré, pescada amarela e bacalhau também estão entre os queridinhos dos consumidores marabaenses.
O tambaqui possui um ótimo custo-benefício e pode ser servido cozido, frito ou assado. O peixe é encontrado fresquinho nas feiras, pronto para ser levado à panela, na maioria dos casos. Seu preço por quilo atualmente varia entre R$14,90 e R$21. O tucunaré segue sendo o segundo mais procurado, com uma precificação que varia de R$27,15 no tamanho pequeno a R$39,53 o quilo do grande.
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A um dia para o feriado santo, o movimento na feira da Laranjeiras (Cidade Nova) já cresceu bastante, como destaca a vendedora Cassilda Mendes. “Hoje está parado. A expectativa é que aumente o fluxo de pessoas de quinta para sexta,” pontuou.
Do outro lado da cidade, na feira da Folha 28 (Nova Marabá), também houve um considerável aumento nas vendas. Mauro Cruz acredita que este ano sejam vendidos cerca de 12 mil quilos de peixes em sua barraquinha, somente nesta semana. “Tem tido muita procura; de quarta para sexta nós pretendemos vender muito por aqui,” contou o vendedor.
Além do tambaqui e do tucunaré, a pescada amarela também é bastante procurada, com um custo por quilo de R$34 a R$54. Apesar da procura, ele é encontrado apenas nos supermercados, mas pode facilmente ser substituído pelo Pirarucu, que nas feiras é vendido a R$48. Já o Bacalhau, famoso peixe de água salgada, também é encontrado somente nos supermercados, custando em média R$49,90 a R$149,90 por quilo.
Nos supermercados, a busca é intensa, como destaca Juliana Moraes, que trabalha em um dos varejos analisados: “Essa semana realmente tem aumentado a procura de peixe. O pessoal vem muito em busca do tambaqui”. Ela cita também o aumento da venda de camarão e sardinha, que servem como acompanhamento para o prato.
Meire Ribeiro é dona de casa e quis adiantar a procura do peixe para a sexta-feira santa. “A comida da Semana Santa tem que ser tradicionalmente respeitada, principalmente a sexta, então eu prefiro comprar antes,” explica.
Como ela, Luciano Sobral também antecipou as compras, destacando que neste dia não pode faltar o peixe. “Aproveito a variedade para escolher o melhor pescado,” finalizou.
Por outro lado, boa parte dos açougues que vendem carne vermelha fechou nos dias que antecedem a Sexta-feira da Paixão, devendo retornar o atendimento aos clientes no Sábado de Aleluia.
ENTENDA
No calendário católico, a Páscoa é a celebração mais importante do ano. No período, os fiéis são chamados à abstinência da carne como forma de recordar os sacrifícios de Jesus. A prática tem origem nas celebrações da cultura judaica e, atualmente, segue orientações adotadas pela Igreja Católica.
Até os dias atuais, os rituais ligados à introspecção e às restrições alimentares marcam os tempos solenes da religião judaica. Como é o caso do tradicional jejum na celebração do Yom Kippur (Dia do Perdão), considerado a data mais sagrada do calendário hebreu.
No catolicismo, a Quaresma marca o tempo de reflexão e sobriedade, em preparação para a Páscoa. O comportamento e as práticas alimentares do período estão intimamente ligados ao surgimento do Carnaval, com origens na Idade Média.
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