
Na tarde da última quinta-feira (24), a Polícia Federal prendeu o fazendeiro Marlon Lopes Pidde, condenado a 105 anos de prisão por envolvimento direto na chamada Chacina da Fazenda Princesa, ocorrida em 1985, em Marabá, no sudeste do Pará.
A prisão aconteceu em no estado São Paulo, após uma força-tarefa da Polícia Federal iniciada em fevereiro deste ano, com base em um pedido da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O foragido estava vivendo na capital paulista com identidade falsa.
De acordo com a PF, após ser capturado, Marlon Pidde foi conduzido à Superintendência Regional da Polícia Federal no estado de São Paulo, onde permanecerá à disposição da Justiça do Pará para cumprimento da sentença.
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Crime que chocou o país
O fazendeiro foi julgado e condenado pela morte de cinco trabalhadores rurais que ocupavam a Fazenda Princesa, em Marabá. Os agricultores foram sequestrados em suas casas, amarrados, torturados por dois dias e assassinados a tiros. Em seguida, os corpos foram amarrados a pedras e jogados no rio Itacaiúnas. Eles só foram localizados mais de uma semana depois do crime.

O caso teve grande repercussão nacional e internacional pela brutalidade com que foi executado, sendo considerado um marco na luta pelos direitos humanos e da reforma agrária no Brasil.
Histórico de fugas
Marlon Pidde já havia sido preso pela primeira vez no final de 2006, também em São Paulo, utilizando identidade falsa. No entanto, foi solto em 2011 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob alegação de excesso de prazo para levá-lo a júri. Três anos depois, em 2014, foi condenado pelos homicídios, mas voltou a fugir da Justiça.
Com a prisão desta quinta-feira, a expectativa é de que o fazendeiro finalmente cumpra a pena imposta, quase 40 anos após os assassinatos. O caso é lembrado como um dos episódios mais emblemáticos da violência no campo no Brasil.
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