
Produtores rurais, estudantes, pesquisadores e autoridades se reunem a partir desta segunda-feira (16) no Campus III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, para a abertura da Agropec 2025. Em sua quarta edição, o evento, que segue até esta quarta-feira (18), tem como objetivo aproximar o conhecimento técnico-científico das práticas do campo, com foco na inovação e sustentabilidade no agronegócio.
Entre os principais temas abordados, está o CPR Verde (Cédula de Produto Rural Verde), uma modalidade de crédito que remunera produtores pela conservação de áreas de vegetação nativa. O assunto foi apresentado por Fernando Palau, representante da Forest Brasil, que destacou o potencial econômico da preservação ambiental.
O que é o CPR Verde?
“A CPR Verde é uma alternativa para transformar o que antes era apenas um custo, a área de reserva legal e de proteção permanente, em uma fonte de receita para o produtor rural”, explicou Palau. Ele ressaltou que o instrumento financeiro reconhece e remunera serviços ambientais, como a captura de carbono, prestados por quem mantém áreas preservadas.
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O advogado Ivan Duarte, especialista em direito tributário, também participou das discussões e reforçou os benefícios econômicos da iniciativa. Segundo ele, a CPR Verde pode ser utilizada como um ativo contábil, permitindo ao produtor reduzir o pagamento de impostos. “Além de valorizar a propriedade, o título pode ser comercializado com empresas interessadas em compensar suas emissões de carbono”, afirmou.
Renato Melo, advogado com atuação em Marabá, destacou a viabilidade do acesso ao programa por produtores da região. “Com a regularização fundiária em dia, o produtor pode solicitar um estudo de viabilidade, que indica quantas toneladas de carbono sua área preservada pode gerar, abrindo caminho para a emissão da CPR Verde”, explicou.

O tema ganha ainda mais relevância com o Projeto de Lei 2699/2025, de autoria do senador paraense Zequinha Marinho, que tramita no Congresso Nacional. A proposta permite que títulos verdes, como a CPR Verde, sejam utilizados para quitar multas ambientais e tributos federais. A expectativa é que a medida estimule ainda mais a regularização ambiental das propriedades rurais.
Durante o evento, também foi discutido o papel da CPR Verde nas compensações ambientais previstas para a COP 30, que será realizada em Belém, em 2025. Segundo Fernando Palau, a conferência internacional deve ampliar a demanda por títulos verdes emitidos na Amazônia. “Será uma oportunidade histórica para o Pará mostrar ao mundo como é possível conciliar produção agrícola e preservação ambiental”, destacou.
O advogado Rodrigo Diogo, outro palestrante do evento, enfatizou que a CPR Verde também pode ser uma solução para produtores que enfrentam bloqueios financeiros devido a passivos ambientais. “Além de gerar renda, o título ajuda a destravar a vida produtiva de muitos agricultores que estão com restrições por questões ambientais”, frisou.
A Agropec 2025 segue até quarta-feira (18), com uma programação diversificada, incluindo palestras técnicas, debates e exposições voltadas ao fortalecimento do agronegócio sustentável na região sudeste do Pará.
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