Com 15 anos, nadador do Pará se destaca em clube do RJ

Noan tem só 15 anos, mas já mergulhou fundo no mundo da natação. Natural de Marabá (PA), o jovem atleta se destacou em competições regionais até ser convidado a integrar a equipe de base do Fluminense, um dos clubes mais tradicionais do país. Hoje, ele soma quase 300 medalhas, 12 troféus e índices técnicos que o colocam entre os melhores da sua categoria.

A trajetória começou como autodefesa: “Aprendi a nadar só pra não me afogar nos rios”, conta, rindo. Mas tudo mudou em 2021, quando disputou a Copa Munique Rezende, em Belém, levado por seu então treinador Paulo. A partir dali, os títulos começaram a vir em sequência — Paraenses, Norte-Nordestes, Jogos Estudantis e o Brasileiro Infantil, onde chamou a atenção do diretor de esportes olímpicos do Fluminense.

Hoje, Noan vive no Rio de Janeiro, treina de segunda a sábado, incluindo madrugadas frias com treinos às 5h da manhã, e já conquistou o título de campeão carioca, além de vaga na seleção do estado. “A disciplina é tudo. Tem que seguir dieta, treinar com foco e lidar com pressão”, afirma.

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Mesmo com tanto potencial, o apoio institucional ainda é escasso. “Ele não conseguiu o Bolsa Talento porque agora compete por um clube do Rio, apesar de continuar representando o Pará”, diz o pai e empresário, Francisco, que é quem viabiliza todas as despesas logísticas e emocionais do filho. “Se não for a família, muitos atletas param no meio do caminho.”

Noan sonha alto: quer chegar às Olimpíadas. E sonha com os pés — ou melhor, braços — firmemente dentro d’água. “Quando bate o cansaço, lembro do esforço da minha família e continuo”, diz. No dia 27, ele encara novamente a Travessia do Rio Tocantins, competição que venceu no ano passado com apenas 14 anos.

Para os jovens que pensam em desistir, ele deixa um recado direto: “Mesmo que não queira competir, pratique esporte. Ele ensina disciplina, foco e melhora sua vida.”

Enquanto nada rumo ao futuro, Noan já inspira outros jovens da região. Com talento, determinação e o apoio do pai, ele segue firme — e veloz — em busca de um sonho que começa bem aqui, nas águas do Pará.