O povo brasileiro é conhecido nacional e internacionalmente por sua solidariedade. Sem em uma análise sociológica ou antropológica sobre essa marca, o fato é que a fama se confirma quando o assunto é doação. Mas infelizmente, apesar dessa atitude, o número de doadores ainda é aquém do esperado por conta da grande fila de espera.
Por isso, quando acontece a situação de doação, há de se comemorar.
A campanha nacional Setembro Verde visa incentivar a doação de órgãos. E neste mês, uma família do município de Redenção, no sul do Pará, dá exemplo de solidariedade e autoriza a doação de órgãos de um parente para salvar a vida de outras pessoas em território paraense e outros estados. Serão cinco pessoas beneficiadas com a iniciativa da família.
O processo de doação foi iniciado na última sexta-feira (23), quando a equipe da Central Estadual de Transplantes (CET), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), assumiu a coordenação da captação após autorização da família.
No sábado, a equipe da CET/Sespa viabilizou um avião do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública) para buscar os rins e as córneas do doador e trazê-los para os transplantes, em Belém. Já o fígado irá para Brasília (DF), onde um paciente receberá o órgão, auxiliando a fila de transplantes do Distrito Federal.
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A equipe da Sespa contou com o apoio de profissionais do Hospital Regional Público do Araguaia, em Redenção, que iniciou o processo de coleta dos órgãos, após a notificação da morte encefálica do paciente.
Retomada - Ierecê Miranda, coordenadora da CET, informou que, desde 2014, não era realizada a captação de órgãos na região Sul do Pará devido às dificuldades geográficas do Estado. Após esse longo período, Redenção volta a ajudar pacientes que aguardam transplantes.
A coordenadora também enfatizou a importância da decisão da família do doador: “Sabemos que não é fácil decidir sobre a doação de órgãos de uma pessoa querida que partiu. É ainda mais complicado quando, em meio ao luto, os parentes precisam externar a decisão de ajudar outras pessoas, mesmo sem conhecê-las. A decisão desta família possibilitará que outras cinco pessoas deixem a fila de transplantes, permitindo que a vida continue”, enfatizou.
Sobre a realidade dos transplantes no território paraense, a coordenadora complementou: “O transplante é a única esperança de muitos que aguardam por esse gesto nobre. O Pará é um dos estados brasileiros que menos doa órgãos, e também um dos que menos realiza transplantes. Nosso trabalho é incansável para mudar essa realidade”.
É importante destacar que para tornar-se doador não é necessário deixar qualquer tipo de documento por escrito ou algo semelhante; depende apenas de deixar expressa a vontade de ajudar a salvar vidas para os familiares, que tratarão de autorizar a captação dos órgãos.
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