Tremor de terra é relatado em cidade do sudeste paraense

Terremoto (ou sismo) é um termo do Latim “terrae motu” que significa “movimento da terra”. O terremoto é um fenômeno natural caracterizado por um forte tremor de terra resultante de fatores como o encontro de diferentes placas tectônicas (blocos que formam a crosta terrestre), falhas geológicas, ou ainda, atividade vulcânica.

Os moradores de Tucuruí, sudeste do Pará, acordaram assustados na manhã desta quinta-feira (30) é que a terra tremeu por volta de 6 horas da manhã e foi sentido por muitos moradores da cidade. Segundo testemunhas, o abalo veio após um barulho e pode ser sentido por cerca de cinco segundos. Não há relatos até o momento se o tremor causou danos, mas moradores da Vila Residencial da Eletronorte, Matinha, Jaqueira e Centro, disseram ter ficado apreensivos com o evento.

Nas redes sociais, os relatos se espalharam. “Foi uma sensação esquisita. O chão começou a mover embaixo dos meus pés”, contou o morador Clayton dos Santos, que afirmou ter sentido o tremor de baixa intensidade pouco depois das 6 horas.

José Ribamar Ferreira, morador do bairro Jaqueira, relata a mesma sensação. “Eu estava na cozinha quando senti o chão tremer e até pensei que fosse algum caminhão passando na rua, mas não era”, conta.

Na Vila Residencial, muitos moradores contaram que sentiram o tremor um pouco mais intenso. “Mas que bom que foi só um susto”, disse Arnaldo Freitas.

Em 2007, um tremor de terra aconteceu em Tucuruí por volta das 22h40 e durou cerca de 10 segundos aterrorizando os moradores da cidade e arredores.

Na época, a direção da Eletronorte informou que o tremor não chegou a ser medido porque os dois sismógrafos que existem na cidade estavam em manutenção.

Posteriormente, técnicos da empresa e da Universidade de Brasília (UNB) informaram que o abalo havia sido inferior a 4 pontos na escala de medição.

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Em 2012 os moradores dos municípios de Baião, Mocajuba e Tucuruí sentiram a terra tremer por oito segundos. Na época, os sismógrafos de Brasília e de São Paulo captaram um tremor de magnitude acima de 4 graus na escala Richter sendo o epicêntro do abalo ocorrido em países como Colômbia, Chile ou Venezuela, que constantemente apresentam abalos semelhantes, devido a formação das placas tectônicas em seus territórios.

A Eletronorte, responsável pela operação e manutenção da Usina Hidrelétrica Tucuruí não se pronunciou sobre a possibilidade de o evento ter ligação com a geração de energia.

Sismos

Mais frequentes do que se imagina no Brasil, os terremotos - de grande e pequena magnitude - foram incluídos nas contas das novas hidrelétricas do país. Preocupação que há até pouco tempo não era prioridade para muitas empresas, a instalação de sismógrafos e outros equipamentos de segurança e a previsão de ações para mitigar efeitos de acidentes provocados por sismos constam na Lei nº 12.334/2010, a Lei de Barragens, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos. A lei cria ainda o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens.

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A Lei nº 14.066/2020, alterou regras sobre segurança de barragens, até então previstas na Lei nº 12.334/2010 – que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), na Lei nº 7.797/1989.

As geradoras devem estar preparadas não só para os terremotos naturais, mas, sobretudo, para aqueles pelos quais elas próprias são responsáveis. Os chamados terremotos induzidos, ocasionados pela pressão que a imensa quantidade de água dos reservatórios exerce sobre o solo, não são raros e podem oferecer riscos à população local.

O primeiro equipamento em usinas no país foi instalado em 1979, pela Eletronorte, em Tucuruí. Em junho de 2007, um tremor de 3,8 pontos na escala Richter durou apenas 10 segundos, mas foi o suficiente para assustar os moradores da região. De lá para cá, a área vem registrando abalos, como o de 3,6 pontos em 1998.

PODE SER O PESO DA HIDRELÉTRICA

Áreas próximas de represas podem ter abalos de pouca magnitude e curta duração, conforme explica Lucas Vieira Barros, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.

É o caso de Tucuruí, onde está localizada a terceira maior hidrelétrica com uma barragem gigantesca para armazenar água do Rio Tocantins, com uma área de 2.480 km².

“Grandes obras de engenharia podem desencadear abalos e eles são comuns perto de reservatórios”, disse Barros. “O peso do lago artificial somado com a infiltração da água a grandes profundidades pode causar um deslocamento das rochas, o que provoca os tremores”, afirmou.

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A Eletronorte tem instalado sismógrafos no local antes da construção da barragem. Até o enchimento da represa, os equipamentos nunca haviam registrado sismos.

No entanto, os movimentos que acontecem agora, com o lago artificial cheio, são pequenos. “É pouco provável que se produza um sismo a ponto de abalar a estrutura da barragem”, disse Barros. O último abalo perceptível ocorreu em 1998.

Tremores com magnitude superior a três na escala Richter ocorridos em território brasileiro são captados por sismógrafos instalados no Parque Nacional de Brasília. (Com informações de Dênis Aragão, de Tucuruí)