As descobertas de pesquisadores e paleontólogos a respeito dos dinossauros cada vez mais tem revelado novos tipos, espécies e características diversificadas desses gigantes que viveram na terra há milhares de anos.
Em uma descoberta inovadora, cientistas revelaram que a armadura de um dinossauro anquilossauro, especificamente um nodossauro, que podia crescer até 5,5 m, era incrivelmente forte e poderia suportar o impacto de um acidente de carro em alta velocidade.
O fóssil, pertencente a um dinossauro herbívoro que viveu por volta de 110 a 112 milhões de anos atrás, no Cretáceo Interior, estava tão bem preservado que os pesquisadores conseguiram analisar a resistência das placas de queratina e espinhos ósseos que protegiam a criatura.
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“Armadura” de dinossauro
- Tradicionalmente, apenas os espinhos ósseos eram conhecidos por permanecerem em outros fósseis de dinossauros blindados, pois a queratina não fossiliza bem;
- No entanto, este novo estudo fornece evidências inovadoras sobre a extensão total da armadura do nodossauro;
- Os pesquisadores descobriram que as estruturas de queratina que cobriam a armadura óssea também estavam intactas, indicando que elas desempenhavam papel crucial na proteção do dinossauro de predadores, semelhante a um casco de tartaruga;
- A resistência desta armadura foi determinada por meio de análise biomecânica por Michael Habib, coautor do estudo e paleontólogo biomecânico da UCLA (EUA);
- Ele comparou isso à força do impacto que um caminhão F150 em movimento rápido teria na armadura do dinossauro;
- Os resultados foram surpreendentes, sugerindo que a armadura era altamente resiliente e poderia potencialmente suportar tal colisão.
Este estudo desafia suposições anteriores sobre a natureza da armadura em nodossauros e outros dinossauros blindados como os estegossauros. Até agora, os pesquisadores acreditavam que as estruturas de armadura óssea encontradas em fósseis serviam como o principal mecanismo de defesa, potencialmente cobertas por fina camada de queratina.
No entanto, a descoberta da armadura queratinizada totalmente preservada neste fóssil de nodossauro indica que as estruturas óssea e de queratina trabalharam juntas para fornecer proteção robusta.
Como pontua o LiveScience, o fóssil de nodossauro bem preservado, chamado Borealopelta markmitchelli, foi encontrado em mina em Alberta (Canadá), em 2017. Sua excelente preservação permitiu que os pesquisadores obtivessem visões significativas sobre a anatomia do dinossauro e entendessem o arranjo complexo e a força de sua armadura.
“É incrivelmente lindo, extremamente bem preservado”, disse Emma Schachner, bióloga evolucionista da Universidade da Flórida (EUA) que não estava envolvida na pesquisa, ao Live Science.
O fóssil estava tão bem preservado que os pesquisadores puderam analisar a cor de sua armadura e até mesmo olhar em seu estômago para encontrar sua última refeição. Nenhum dinossauro blindado anterior havia sido preservado bem o suficiente para manter a queratina intacta.
Ele revelou camada de queratina sobre o osso bem mais espessa do que se esperava, chegando a 16 cm em alguns lugares. Cálculos apontam que essa armadura aguentava ao menos 125 mil joules de força por m², parecido com a força de um acidente de carro em alta velocidade.
“Esses animais não estavam usando armadura de placas; eles estavam usando um colete à prova de balas sobre armadura de placas”, disse Habib. Essa adaptação faz sentido, dado o ambiente em que vivem.
O Borealopelta está vivendo em um mundo de grandes dinossauros carnívoros. Eles podiam morder muito forte. Se você tem uma armadura muito dura e quebradiça que depende de osso e você bate nela com muita força, ela vai quebrar.
Michael Habib, coautor do estudo e paleontólogo biomecânico da UCLA (EUA)
Esta descoberta notável lança nova luz sobre a evolução e as capacidades dos dinossauros blindados e expande ainda mais nosso conhecimento do mundo antigo.
Habib apresentou suas descobertas em 30 de outubro na reunião anual da Society for Vertebrate Paleontology.
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